O encontro das águas

16 de março de 2013




Os rios nascem separados. Mas acabam se encontrando em algum ponto de suas extensões para se tornarem apenas um. No entanto o que as faz se encontrarem? É a correnteza. Quando ambos seguem seu curso para a mesma direção é inevitável que um dia eles se confluam. Almas são como rios. E sentimentos são como as correntezas. Se os sentimentos os levam para a mesma direção, a qualquer dia desses os caminhos se cruzam. Mais dia ou menos dia o choque advém. Se ambos seguem o mesmo rumo, é improvável que não se vinculem.

É muito importante que ambos enxerguem o mesmo horizonte. Não importa se estão em terras diferentes. Uma hora elas se tornam comuns, adjuntas. A distância física é um pormenor em meio a isso tudo. Não há nada mais triste que dois rios serem próximos, mas paralelos ou com correntezas opostas. Do que adiante estar perto e enxergar direções contrárias? Estar em terras iguais, mas visualizando horizontes inversos? É um estar junto, mas longínquo. Não há nada tão longe quanto a distância da alma, a que o coração impõe e os corpos sentem. O vislumbre comum é a pedra fundamental de qualquer sentimento, é a pilastra mantenedora do enlace de almas.

Acreditemos. Os rios se chocarão, inevitavelmente. Algum dia. E após formarem apenas um curso, seguirão juntos para desembocar na foz da felicidade. A vida nos ensina a crer em finais felizes. Tem que ser assim. Se não é a “correnteza” nos empurrando, o que mais poderia ser? Hein?

Não há por que duvidar da força do destino. Nem do sentimento. Se há amor, há convergência, há o enlace. Se o horizonte é o mesmo, o encontro das águas incidirá. Se a correnteza nos leva para o mesmo destino, dois corações se tornarão inevitavelmente um. As almas hão de se encaixar. E o amor há de ganhar. 

Eu acredito. E você?


Aspas do Autor: O amor é o que nos move. Se as nossas águas são impulsionadas pelo mesmo sentimento e nos leva ao mesmo horizonte, um dia nos chocamos. Só os verdadeiros se vinculam. Só o amor nos enlaça de forma legítima.

13 comentários:

Marcelo Soares disse...

Eu acredito.
Espero algum dia poder partilhar desse encontro. Confesso que minhas prioridades, nessa fase da minha vida, não são relacionadas a isso, mas um dia, quero muito. Mas a vida é uma eterna surpresa, a gente planeja milhares de coisas, mas ha algo maior que sempre nos faz repensar nossa vida e nossas prioridades. E quem sabe amanha minha correnteza não encontre com a de alguém, não é mesmo?

Abraço

Desa disse...

Confesso que estou meio descrente em relação a isso, mas acredito que um sentimento verdadeiro possa sim encontrar os rios de um outro coração solitário, talvez não no tempo e momento que nós queremos, mas apenas quem sabe o melhor para nós é quem pode determinar, "Deus".
Belo texto!

Moça disse...

Eu confesso que, pelo momento que estou vivendo, acreditar neste encontro de rios, é meio nebuloso pra mim. Mas qro crer!
adorei o post!
bj
http://opinandoemtudo.blogspot.com.br/

Ariana Coimbra disse...

Eu acredito nesse encontro, mesmo que ele demore um dia ele acontece pra todos.
Quando há o sentimento verdadeiro nada impede, o encontro acontecerá.

Lindo texto como sempre Alê!

Beijos

Unknown disse...

Alexandre,

Que texto maravilhoso. Uma parábola e tanto. Fiquei impressionada, pois é algo tão obvio e que muitas vezes nos passa despercebido.

Assim como você acredito, acredito que os dois rios precisam vislumbrar uma única foz, para que mesmo que demore se encontre e estejam unidos.

Amei, estou impressionada.
Beijo carinhoso.

Humble Opinion

Renato Almeida disse...

Que texto maravilhoso, li e reli, não por que não entendi. Para poder guardar algumas partes mais importantes na mente, muito bom.
http://desventuras-em.blogspot.com.br/

Mafê Probst disse...

Eu sempre participei do grupo que acredita em contos de fadas, finais felizes e propósito para tudo na vida, sabe? Então sou dessas que acredita sim em destino ♥

E adorei a parte do "olhar para o mesmo horizonte". Faz todo sentido.


Beijo, MF.

Flor de Lótus disse...

Oi,Alê!Ai eu queria acreditar viu,mas ando tão desiludida nesse aspecto que nem sei mais o que pensar,mas não dá pra perder de todo a esperança,afinal
o que é pra ser tem muita força.
Beijossss

Bandys disse...

Eu acredito. Principalmente em olhar na mesma direção e o amor chegar como um encontro das águas das almas.
Mas também sei que tem finais tristes. Nem tudo que reluz é sol no horizonte.

beijos

Anónimo disse...

Oi, Alexandre!

Terminar um texto, colocando, aos seus leitores e seguidores, uma questão, não é costume, aqui, mas acho interessante, fazê-lo, sim.

Que texto magnífico! Só mais um, né?

A riqueza semântica, morfológica e sintática derramam-se nas suas palavras, ou ao contrário.

E é bom sentir aqele calorzinho, aquele encontro das "águas", embora diferentes, mas tão consoladoras e aliviadoras.

Sim, é no amor, que encontramos essa confluência, de que fala no seu texto, a propósito dos rios.

QUE EXCELENTE METÁFORA!

Um corpo, um rio, outro corpo, uma ribeira linda, um pouco "brava", mas cheia de pujança, doação e aceitação.

Sim, acredito, nesse encaixar das "águas", nem que seja só por uma vez, mas, nessa vez foi real, inteira e verdadeira.

Bom fim de semana.
Beijos da Luz, com estima e amizade.

Priscila Rôde disse...

E se, mesmo com amor, os horizontes insistirem em cursos diferentes, a gente inventa um. O amor tem dessas coisas: aquilo que não sabe ser, sobre o ele, se (re)inaugura.

Beijo-te.

Sara Teixeira disse...

gostei muito do blog, segui :)

http://acidadedeovar.blogspot.pt/

Anônimo disse...

Acredito sim, com toda certeza.
Por mais que os rios demorem a se encontrar, um dia acontecerá. Almas destinadas seguirão um curso envolvidas pelo mesmo sentimento e se encontrarão, um dia.

Texto maravilhoso, como sempre. ♥

Beijão!