Eu nunca tenho a impressão de envelhecer. A cada dia que passa me sinto o mesmo menino de sempre, com sorriso solto, pensamentos livres, com o frescor jovial estampado no semblante limpo e sincero, como quem quer muito ser feliz. Contudo, a mais significativa mudança é a menos evidente: o meu olhar. Todo dia me torno capaz de enxergar mais longe, visualizar detalhes não percebidos antes, texturas novas nas paisagens que me circundam. Mas ao mesmo tempo em que o mundo se expande, ele se encolhe. Porque no fundo, quanto mais absorvo da vida, mais infinda ela se faz. A vida é uma fonte sem limites de aprendizados, de encantos e belezas. E nela meu olhar adormece, sondando as riquezas imateriais diluídas pelo ambiente, escondidas por trás de horizontes. Somente isso tem valido a pena viver. O que encontro e desembrulho das cortinas do mundo faz valer tudo o que carrego dentro de mim, o que orienta minha conduta, meu jeito humano de ser. Hoje não completo mais um ano de vida, hoje ganho mais um olhar, mais uma maneira renovada de traduzir os enigmas que pelo meu lado, passeiam. Com isso, tudo faz sentido, tudo vale a pena. Não preciso de muita coisa além disso. E se as pessoas pudessem ver através dos meus olhos, entenderiam os contornos belos que existem no meu caminho.
Aspas do Autor: Além de tudo isso, meu maior presente de aniversário, eu já ganho todo dia: fazer parte de uma linda família! :)
8 comentários:
Que bonito foi vê-lo ressaltar não o "ficar mais velho" mas o "ganhar experiência". Acredito mesmo que com o passar do tempo observar a vida se torne uma coisa diferenciada. A visão ganha novas possibilidades...
Parabéns por mais um ano de experiência, que não lhe falte sabedoria para utilizá-la.
Que belíssimo texto Alexandre! Compartilho da sua visão de mundo, mais do que uma ocasião de festas e diversão, o aniversário representa um dia para refletir sobre nossas escolhas, nossos caminhos, um dia para contemplar o horizonte dentro de nós... E, mesmo atrasado, te desejo meus sinceros parabéns e que continue renovando e criando novos olhares que abrilhantam a vida.
Abraços
O Mundo Em Cenas
Que belo texto, Alexandre! Eu compartilho da mesma característica (e eu me sinto feliz por isso): também não perdi o meu jeitinho de menina. E eu acredito que esse novo jeito de olhar é o tal amadurecimento, que faz a gente observar a vida de outra forma, mas sem deixar de lado a nossa essência. Que esse próximo ano da sua vida (e nos outros também), tu continues enxergando novos e belos contornos. Beijinhos estalados.
É uma bela maneira de ver a vida, a mudança é algo inevitável, mesmo que não aconteça dentro de nós, mesmo que sejam apenas coisas superficiais, as vezes podem ser pra melhor ou não, quem sabe.
Adorei sua visita no meu blog!
ps: Você escreve muito bem, por acaso a sua faculdade seria de Letras? Enfim, um abraço.
Feliz aniversário, Alexandre! Como uma boa pessimista, eu não vejo assim. Cada aniversário é envelhecer e me aproximar da morte, mas não fique mal por mim, eu penso assim a tanto tempo que me acostumei.
Seu texto está lindíssimo, como sempre. Seu sonhadorismo é contagiante.
Mas deve ser complicado fazer aniversario em dezembro, viu. Conheço vááárias pessoas que fazem, e elas sofrem pra conseguir uma reserva em algum lugar pra festa e tal, sem falar em q mt gente ta viajando nessa época do ano, etc.
Fazer aniversario é uma dadiva de Deus.
Eu ja tinha lido aqui só não comentei. hahaha
Vim te desejar um super natal, cheio de coisas boas. E que o ano de 2015 seja repleto de amor. “Existem momentos na vida da gente, em que as palavras perdem o sentido ou parecem inúteis, e, por mais que a gente pense numa forma de empregá-las elas parecem não servir. Então a gente não diz, apenas sente.”
―Sigmund Freud. Sente, sente, sente, sentimos.
Espero estarmos juntos em 2015.
Beijos
Ps:pode passar la, que ja tem novo. :)
Talvez o segredo da tal paz de espírito seja nunca perder a inocência e sorriso infantil.
Belo devaneio!
Belo texto, eu já ouvi muito as pessoas dizerem que o nosso olhar revela nossas dores,nossas paixões é o primeiro a envelhecer
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