O que se acentua na alma por vezes pode arder tanto quanto qualquer chama. Porque essa ardência é a pior, acua o coração, golpeia agonia aos quatro cantos da alma. É uma ferida que pode maltratar mais do que qualquer corte de faca. As dores se fragmentam pelo nosso íntimo e nos laça a ponto de ater o ser num duelo de lágrimas e sangue. Ficamos à margem de nós mesmos, como espectadores da latência que perpetra pelos milímetros do âmago.
Há um enlace de tortura, que incita sentimentos doloridos ou expurgados a persistirem ainda, corrompendo as plumas de esperança que estreitam pelas arestas da gente a fim de trazer luz e encanto novamente ao nosso salão interior. O embate é algo que nos enfraquece, que traz tristeza, por conta do peso que isso nos causa. É um aniquilamento que nos deixa no chão. Principalmente quando estamos próximos de um novo dia. Sentimos o sol já despontar, mas o obscuro da sombra ainda nos abraça.
Existem sentimentos que ainda vivem no profundo, como um vírus que não foi curado pelos anticorpos. Há muito que não queremos sentir, mas ainda mora. Muita dor que precisa curar, mas ainda insiste. Entretanto, isto tudo faz parte. A construção se faz por aí. Toda essa cruzada interior é uma reação natural. Não há um ser humano que não sinta esta luta interna; não viva estas colisões que deixam a alma refém. O combate é necessário. Porque são nestes duelos que pintamos o caminho, que colhemos os aprendizados capazes de edificar a nossa alma e fortificar nossas defesas.
A questão central é sempre a nossa atitude em frente a estas consequências em viver e sentir. Não dá para simplesmente fugir ou mesmo fingir que não há algo ali cutucando com ponta afiada a gente. É ilusão pensar que há um caminho fácil. Pois não há. Além do mais, isto é muito relativo, porque cada um reage de uma maneira diferente, mesmo as dificuldades sendo semelhantes a todos. É imprescindível que aceitemos o que nos envolve. O primeiro passo é saber nossos limites e detectar estes excessos ou desequilíbrios que nos causam dor. Depois é procurar saná-los.
É preciso acima de tudo sentir na plenitude. Guardar dor é como encher gradativamente um balão até estourar. Antes uma noite inteira de choro a um ano de lágrimas contidas. Remoer a dor no íntimo é como afiar o fio de uma faca no coração. A alma lateja lentamente a dor lancinante da nossa inoperância. Deixar a dor escoar é importante. Libertar o que nos aflige. É imperativo que sintamos a dor, para ela aos poucos esvair de vez. É como desatar o que prende a alma em nós. Contudo, é bom destacar que este ato pode ser uma via de duas mãos. Se neste ato de sentir a dor formos fracos, a dor não esvai e ainda cresce. Adoecemos então.
No momento em que temos o controle da situação, as dores se vão, mais dia ou menos dia. Porém, se nos tornamos reféns delas, não somente desenvolvem-se como perduram pelo tempo que for. E isso nos mata a ponto de nem notarmos a vida passar. Portanto, que sintamos as dores que se acentuam pelos quatro cantos, para que elas dissipem, mas sem que as mesmas nos comandem ou nos coloque no colo. Porque renovar é isso, nos despedirmos do que nos aflige e nos cobre com um manto de sombra, para darmos boas vindas às belezas que se espreitam adiante. Como talvez a felicidade embrulhada nos braços de um amor...
Há um enlace de tortura, que incita sentimentos doloridos ou expurgados a persistirem ainda, corrompendo as plumas de esperança que estreitam pelas arestas da gente a fim de trazer luz e encanto novamente ao nosso salão interior. O embate é algo que nos enfraquece, que traz tristeza, por conta do peso que isso nos causa. É um aniquilamento que nos deixa no chão. Principalmente quando estamos próximos de um novo dia. Sentimos o sol já despontar, mas o obscuro da sombra ainda nos abraça.
Existem sentimentos que ainda vivem no profundo, como um vírus que não foi curado pelos anticorpos. Há muito que não queremos sentir, mas ainda mora. Muita dor que precisa curar, mas ainda insiste. Entretanto, isto tudo faz parte. A construção se faz por aí. Toda essa cruzada interior é uma reação natural. Não há um ser humano que não sinta esta luta interna; não viva estas colisões que deixam a alma refém. O combate é necessário. Porque são nestes duelos que pintamos o caminho, que colhemos os aprendizados capazes de edificar a nossa alma e fortificar nossas defesas.
A questão central é sempre a nossa atitude em frente a estas consequências em viver e sentir. Não dá para simplesmente fugir ou mesmo fingir que não há algo ali cutucando com ponta afiada a gente. É ilusão pensar que há um caminho fácil. Pois não há. Além do mais, isto é muito relativo, porque cada um reage de uma maneira diferente, mesmo as dificuldades sendo semelhantes a todos. É imprescindível que aceitemos o que nos envolve. O primeiro passo é saber nossos limites e detectar estes excessos ou desequilíbrios que nos causam dor. Depois é procurar saná-los.
É preciso acima de tudo sentir na plenitude. Guardar dor é como encher gradativamente um balão até estourar. Antes uma noite inteira de choro a um ano de lágrimas contidas. Remoer a dor no íntimo é como afiar o fio de uma faca no coração. A alma lateja lentamente a dor lancinante da nossa inoperância. Deixar a dor escoar é importante. Libertar o que nos aflige. É imperativo que sintamos a dor, para ela aos poucos esvair de vez. É como desatar o que prende a alma em nós. Contudo, é bom destacar que este ato pode ser uma via de duas mãos. Se neste ato de sentir a dor formos fracos, a dor não esvai e ainda cresce. Adoecemos então.
No momento em que temos o controle da situação, as dores se vão, mais dia ou menos dia. Porém, se nos tornamos reféns delas, não somente desenvolvem-se como perduram pelo tempo que for. E isso nos mata a ponto de nem notarmos a vida passar. Portanto, que sintamos as dores que se acentuam pelos quatro cantos, para que elas dissipem, mas sem que as mesmas nos comandem ou nos coloque no colo. Porque renovar é isso, nos despedirmos do que nos aflige e nos cobre com um manto de sombra, para darmos boas vindas às belezas que se espreitam adiante. Como talvez a felicidade embrulhada nos braços de um amor...
Aspas do Autor: O ser humano e suas batalhas. O que causa dor é justamente esta incompreensão a cerca destas lutas e tudo que nos preenche sem ter definição plausível. Porque é maior que nós. A vida nos deposita às vezes sensações que transbordam, e estão além. Permanecem e nos afoga. E consequentemente nos traz um aniquilamente doloroso. A questão é buscar saná-las. E é aí que mora a grande aventura em aprender. Em amadurecer. Aí consequentemente, o momento de transição das estações chega. É inverno dando lugar à primavera. Por isso que vou ali me despedir de umas dores. Quero poder dar boas vindas à beleza que me busca.
9 comentários:
Lindas palavras!
Nada melhor do que sentirmos a dor cortante no momento em que ela nos ataca, para depois conseguimos vence-la, essa é a real luta de sobrevivência.
Beijos, tenha um aconchegante domingo.
Alêêê! Esse teu texto surtiu como um sopro em meus ouvidos, daqueles que chegam leves depois do som surdo de uma queda. E olha que dessa vez eu cai com tudo, quase que em um precipício. A vida tem dessas, a gente já sabe... Mas a dor latente há de dar espaço para a esperança. Tenho tentado, de verdade, colocar flores bonitas em meu coração, porque eu sei que recomeços são realmente difíceis. E não há nada melhor que um céu colorido pra começar uma nova jornada.
Hoje eu parei pra matar a saudade desse seu cantinho, e tenho de dizer: isso aqui é muito lindo! Essa tua sensibilidade toda... Cara, isso é tão raro! Cultiva ela, no mínimo, para sempre. Você é um encanto!
Eu acho essa tua alma linda por demais. Um beijo!
as dores que de tão profundas ficam "esquecidas" são tão difíceis de expelir quanto necessárias ao crescimento espiritual.
parabéns pelo blog (:
comecei um por agora, se quiser dar uma olhada...
http://parlaremos.blogspot.com/
Olá, Alexandre!
Mas que texto profundo e maravilhoso, fiquei embasbacada ao ler tudo isso, o dom da palavra corre-lhe solto pelas veias e despenca nesta página, como estrela do céu, aina bem!
Abraços!
Lindo texto, lindas palavras, simplesmente amei *-*
bjus ;*
Haa Alê, tão lindo que você escreve, que fico aqui pensando no que eu te escrever..
Ser entusiasmado é ser leve. Pessoas entusiasmadas não dão desculpas diante das situações, elas enfrentam os desafios com coragem. Elas aproveitam todas as oportunidades para crescimento pessoal e para benefício dos outros. As palavras e ações delas têm o poder de gerar entusiasmo nos outros. Pessoas entusiasmadas são leves. Elas sabem desfrutar a beleza da vida porque não se deixam influenciar pelo desânimo. Elas usam ao máximo sua própria força interior e capacitam outros a usarem suas virtudes também. Pessoas entusiasmadas se tornam uma fonte de luz para todos aqueles que entram em contato com elas.
E você é assim sabe Ale??
Ilumina o caminho de quem ta apagadinho.
Por isso deixo beijos e um monti de rosas roubadas, rss
Amei o texto, principalmente a parte final. De extrema sensibilidade e beleza poética. Você escreve maravilhosamente.
Obrigada por sua visita! Adorei! *--*
Por vezes, nos sentimos assim, espalhados aos quatro cantos e ainda bem que temos a alma a nos acolher.
Belíssimo texto, Ale.
beijo meu!
Porque a vida tem momentos bons e ruins. Não adianta esconder uma lágrima se a dor fica perfurando lá dentro. Isso só faz o sofrimento aumentar perdendo a consciência de poder resolver a situação enquanto ainda dê tempo. Acredito que seja bom sofrer no momento de sofrer, chorar no momento de chorar. Porque tudo tem seu tempo certo, e nosso coração saberá o momento e como receber a beleza que nos busca. (:
Grande beijo !
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