Em um local muito distante, mas muito próximo de tudo, vivia um singelo senhor. Porém, dada à ocasião, viver era uma força de expressão. Ele não vivia, ficava trancafiado noite e dia em seu quarto em frente à sua escrivaninha. Vivia a rabiscar com em seu velho caderno de notas. Era um escritor. Mas o tempo o fez perder o maior dom que já teve. Jamais fora o mesmo dos grandes best-sellers, nem das entrevistas famosas e dos tão desejados autógrafos. Tornou-se um escritor jogado na gaveta, era só mais alguém nesse vasto mundo.
Naquela noite, lá estava, novamente em sua escrivaninha se debulhando em angústias e tormentos. Já era comum estar ali preso em suas dúvidas, com papéis rabiscados e outros rasgados. Não conseguia, há um bom tempo, formular um texto sequer, nem uma frase decente. Definitivamente era mais uma noite triste, acuado naquele quarto de aspecto horroroso, com roupas espalhadas, restos de comidas, cigarros no chão, e grandes teias de aranha em sua pequena estante de livros. Aquele pandemônio jamais o afetou, nem ligava mais, tinha perdido seu ânimo e o seu elemento mais precioso: a inspiração.
Aquela noite, como todas as outras anteriores, tentava iniciar o único livro que jamais terminou, mesmo sabendo que era inútil, tentava e tentava... Mas não chegava a criar sequer dez linhas. Talvez o erro fosse o nome do protagonista, ou o enredo em si, algo não se encaixava. Cansou de mudar o nome dos personagens, alterou levemente o enredo, mas nada parecia colaborar. Essa noite também não rendeu. Acabou caindo de sono e dormiu. Sem saber o que lhe aguardava.
Às cinco da manhã acordou com um barulho vindo de sua biblioteca. Ficou parado ali um pouco desperto e depois praticamente se arrastando em pé foi ver o que acontecera em sua biblioteca. Depois de muito tempo saíra do quarto, parecia que entrava em outro mundo. Ao adentrar sua biblioteca, que continha toda a sua coleção de livros, desde próprios a de outros grandes escritores, se espantou. Viu que sua estante desabara devido ao apodrecimento da madeira. A sujeira e todo o mofo lhe nausearam. Notara que ficara muito tempo longe de sua tão amada biblioteca.
Entristeceu-se um pouco e se encaminhou para sair, nisso tropeçou num pequeno livro amarelo com uma capa deslumbrante e brilhante. Era a tão valiosa primeira edição de seu primeiro livro e best-seller, Alvorecer de Um Novo Dia. Um livro a qual ele sempre se encantou, continha um enredo fascinante, contava a história de um homem desiludido e fracassado, preso em suas dúvidas e temores, que com muita perseverança conseguiu abrir os olhos e descobrir uma nova vida, um novo recomeço.
Parou um pouco, folheou-o, e se viu naquela história... Refletiu e algumas lágrimas caíram faceiras de seus olhos, seu coração começou a pulsar intensamente e com muita vivacidade. Nunca mais tinha sentido uma coisa assim. Pegou o livro, segurou-o firmemente e seguiu até a sala. Alguns raios de luzes trespassavam a janela, mas a cortina impedia. Decidiu que agora seria diferente, agora mudaria e deixaria a luz entrar em seu coração.
Ao abrir se deslumbrou. Jamais vira coisa tão bela. Nunca se deu conta da vista linda que tinha ali, bem ali pertinho, um nascer do sol magnífico, reluzente e divino. Respirou profundo e novamente se descobriu. Parecia que tinha despertado de um longo sono. Sentiu-se renovado. Suas preocupações sumiram, suas dores cessaram, seu ânimo nasceu. A vida lhe deu outra chance. Como num passe de mágica rascunhou todo um livro em sua mente brilhante. Começaria agora mesmo seu novo livro, e iniciaria uma nova vida. Não perdeu tempo, foi pra escrivaninha e escreveu sem parar. A felicidade voltara. Seu livro se chamaria O Despertar da Vida.
Naquela noite, lá estava, novamente em sua escrivaninha se debulhando em angústias e tormentos. Já era comum estar ali preso em suas dúvidas, com papéis rabiscados e outros rasgados. Não conseguia, há um bom tempo, formular um texto sequer, nem uma frase decente. Definitivamente era mais uma noite triste, acuado naquele quarto de aspecto horroroso, com roupas espalhadas, restos de comidas, cigarros no chão, e grandes teias de aranha em sua pequena estante de livros. Aquele pandemônio jamais o afetou, nem ligava mais, tinha perdido seu ânimo e o seu elemento mais precioso: a inspiração.
Aquela noite, como todas as outras anteriores, tentava iniciar o único livro que jamais terminou, mesmo sabendo que era inútil, tentava e tentava... Mas não chegava a criar sequer dez linhas. Talvez o erro fosse o nome do protagonista, ou o enredo em si, algo não se encaixava. Cansou de mudar o nome dos personagens, alterou levemente o enredo, mas nada parecia colaborar. Essa noite também não rendeu. Acabou caindo de sono e dormiu. Sem saber o que lhe aguardava.
Às cinco da manhã acordou com um barulho vindo de sua biblioteca. Ficou parado ali um pouco desperto e depois praticamente se arrastando em pé foi ver o que acontecera em sua biblioteca. Depois de muito tempo saíra do quarto, parecia que entrava em outro mundo. Ao adentrar sua biblioteca, que continha toda a sua coleção de livros, desde próprios a de outros grandes escritores, se espantou. Viu que sua estante desabara devido ao apodrecimento da madeira. A sujeira e todo o mofo lhe nausearam. Notara que ficara muito tempo longe de sua tão amada biblioteca.
Entristeceu-se um pouco e se encaminhou para sair, nisso tropeçou num pequeno livro amarelo com uma capa deslumbrante e brilhante. Era a tão valiosa primeira edição de seu primeiro livro e best-seller, Alvorecer de Um Novo Dia. Um livro a qual ele sempre se encantou, continha um enredo fascinante, contava a história de um homem desiludido e fracassado, preso em suas dúvidas e temores, que com muita perseverança conseguiu abrir os olhos e descobrir uma nova vida, um novo recomeço.
Parou um pouco, folheou-o, e se viu naquela história... Refletiu e algumas lágrimas caíram faceiras de seus olhos, seu coração começou a pulsar intensamente e com muita vivacidade. Nunca mais tinha sentido uma coisa assim. Pegou o livro, segurou-o firmemente e seguiu até a sala. Alguns raios de luzes trespassavam a janela, mas a cortina impedia. Decidiu que agora seria diferente, agora mudaria e deixaria a luz entrar em seu coração.
Ao abrir se deslumbrou. Jamais vira coisa tão bela. Nunca se deu conta da vista linda que tinha ali, bem ali pertinho, um nascer do sol magnífico, reluzente e divino. Respirou profundo e novamente se descobriu. Parecia que tinha despertado de um longo sono. Sentiu-se renovado. Suas preocupações sumiram, suas dores cessaram, seu ânimo nasceu. A vida lhe deu outra chance. Como num passe de mágica rascunhou todo um livro em sua mente brilhante. Começaria agora mesmo seu novo livro, e iniciaria uma nova vida. Não perdeu tempo, foi pra escrivaninha e escreveu sem parar. A felicidade voltara. Seu livro se chamaria O Despertar da Vida.
-
Texto originalmente escrito em 6 de dezembro de 2006.
Aspas do Autor: Este é um conto bastante especial que me sensibiliza sempre que releio. Eu dei apenas uma revisada. É dos primeiros e mais antigos, escrito no meu aniversário de 2006, quando eu completava 21 anos. Na ocasião este texto inaugurava um outro blog que eu cheguei a abrir, mas que hoje não existe mais. Na época eu já escrevia há um ano em outro blog, o "Preso no êxtase temporal". Este aqui, o "Elos" nem era projeto. Desculpem não oferecer algo inédito, eu não ando bem com a escrita ultimamente. Mas existem coisas do meu passado boas para se ler e reler, e aprender algo. Uma ótima semana a todos.
10 comentários:
Alexandre,
Que mensagem mais gratificante que trazes com este Post!
Fez-me pensar no muitas pessoas que se prendem e nunca se permite despertar,para um novo amanhecer,uma nova vida,uma nova pessoa...triste!
Parabéns pelo Conto! :)
Beijos
Oi,ALF!O que importa é a qualidade do texto. E além do mais, mesmo eu que já te acompanho há u mtempinho não conhecia esse texto. Achei o texto um encanto é bom ver que a vida tem seus caminhos,que a inpiração e a luz no fim do túnel pode vir de onde menos se espera.
Beijosss
Que lindo texto!
Sempre é tempo para despertar...
Voltarei mais vezes...
Oi Alexandre,
Uma bela mensagem. As vezes não damos valor ao que esta tão pertinho da gente e deixamos criar teias de aranhas... Mas se olharmos com calma podemos observar quantas coisas estão ao nosso redor pra nos trazer novos pensamentos, novos dias e nova vida.
Super valeu ler " o despertar".
Te deixo um beijo com carinho
Alê, às vezes só precisamos mesmo de um desses toques da vida para despertar! A beleza está ali o tempo todo. Resta-nos destapar os olhos para saber como apreciá-la!
Um beijo grande, amigo querido!
As vezes precisamos de um olhar voltado para um horizonte iluminado para despertar a nossa inspiração, os nossos sonhos escondidos no fundo da gaveta do nosso interior.
beijos, adorei o conto, você foi brilhante nas singelas palavras.
Olá Alexandre.... como estas?
desculpe a demora, sou tão pequena para o tamanho de obrigações e o que me resta é apenas um sono profundo e uma preguiça constante, rs.
Gosto tanto das tuas palavras, e sabe que eu quase me senti este velho? rs.... espero não ficar trancafiada em minha casa por anos tentando escrever alguma coisa que preste enquanto a vida corre lá fora.... Mas que sorte ele teve desta reviravolta na vida, não é mesmo??
eu tive sorte, quando conheci tudo aqui.
Um beijo enorme!
Cáh
Tenho medo de ser só amis auma escritora de gaveta. ESpero que o meu despertar venha logo.
Um beijão.
Olá ALF
Que incrível chegar aqui depois de tantos anos , e ler esse texto e sua observação no final, sou exatamente do tempo que vc tinha esse blog, estava aqui todos os dias e vc no meu. hoje estava relendo alguns posts de 2006 e os comentários e te encontrei lá, e resolvi procurar. Não é que vc está aqui na blogosfera tb.
Bom reler, bom saber de ti.
Beijos
que seja... na dor ou no amor, mas que aconteça!
=)
bjsmeus
Postar um comentário