Caminhos de um ideal

28 de abril de 2012




É com suavidade que percorremos os caminhos da vida. Sublimes, incautos em nossas limitações, às vezes caímos em abismos. Porque somos seres humanos, propensos a erros e enganos. Calmamente olhamos cada horizonte e nele tentamos enxergar soluções para nossas dúvidas; luzes em nossos corredores escuros; flores para o nosso jardim; escolhas para um ideal; sonhos para concretizarmos e uma vida para ser vivida. Capacitados na arte de amar, muitas vezes esquecemo-nos de amar o próximo; de cuidar do próximo; de respeitar o próximo; de ser o próximo; de ter o ser dentro de nós.

Inerentes na arte de pensar, de deduzir e de refletir, elaboramos sempre visões pessoais, aspectos característicos do que tocamos, sentimos ou vivenciamos. Porque somos sensíveis, desconhecidos no conhecido; somos desbravadores, visionários e eternos vencedores. A vida nos ensina muita coisa valiosa, mas o verdadeiro valor está em cada coisa simples que possamos fazer e notar. Deveríamos nos emocionar com cada brisa, cada olhar, cada conforto oferecido e cada amizade adquirida. Paramos sólidos na percepção interior, eletrizados com cada descoberta. Andamos sob nuvens de ilusões, à fronte de rios de aprendizados, sobre a terra fértil dos sentimentos verdadeiros, sempre passando ao redor de lindas flores de doçura, árvores de sabedorias recheadas com seus frutos desejosos de serem colhidos. O ideal nunca nos é óbvio, nunca sabemos o que devemos ser ou seguir. Nos reflexos de nossas angústias, escondemos alguns brilhos, deixamos de escutar o inaudível e muito menos detectamos o óbvio.

A felicidade está ao alcance de todos nós, sem que precisemos muito, basta que percebamos o que está ao nosso redor ou até mesmo na frente dos nossos olhos. Não nos deixemos cegar por meras ilusões, discussões ou enganações. Despertemos o coração para a vida. Se existe um ideal a seguir e cumprir, só o nosso mais profundo realmente sabe. Se há que seguir uma filosofia, isso vai de cada um. Se doarmos ou quisermos amor, doaremos e teremos. Porque lutamos por um ideal, por ideais, por escolhas e particularidades. Somos seres humanos e estamos destinados a um final feliz.

Não nos esqueçamos de pintar nossa alma e plantar um jardim dentro de nós e seguir um caminho que nos leve a realizar nossos sonhos. Um caminho que cada um constrói. Um amor que cada um escolhe.

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Texto originalmente escrito em 11 de fevereiro de 2007.





Aspas do Autor: Um texto antigo (levemente revisado), publicado no meu antigo blog, mas com uma mensagem que nunca envelhece. Deixo-o aqui para que quem não leu, o leia e o sinta. No mais, quero pedir desculpas pelo fato do meu blog ter ficado fora do ar. Não sei quantos vieram aqui e se depararam com ele excluído. O fato é que tive o desprazer de ter a minha conta do google invadida e perdi acesso em muitas coisas, uma delas o blog. Mas consegui, a custo de muita dor de cabeça, com o google, recuperá-la. Desculpem novamente pelo transtorno causado. Bem, volto então à programação normal (risos). Meus carinhos.

Demasia poética

14 de abril de 2012




“Quero poder jurar que essa paixão jamais será 
Palavras apenas
Palavras pequenas
Palavras...”
(Palavras ao VentoCássia Eller)


As palavras fartam, transbordam, exalam em demasia a melodia que ecoa nos quatro cantos da alma. Mas hoje acordei com fome de toques, com desejo febril pelo teu calor de mulher, teu suor adocicado com o mel do teu amor. Hoje extrapolei as sensações e estendi o meu faro para sentir o aroma da tua pele, o cheiro extasiante que se liberta dos teus poros femininos. Hoje pulei da cama com apetite de prazer, com um anseio vagabundo que percorre há tempos dentro de mim. Hoje quero viver dentro e fora de ti.

Estou farto das minhas palavras. É fato! Hoje quero dar poesia em toque; ecoar a rima no entrelaçar dos meus dedos aos teus; o refrão da canção composta no encontro dos meus olhos com os teus e o verso presente ao afagar tua nuca enfeitada com joias de candura, com minhas mãos sedentas de ti. Hoje quero dar-te a poesia do silêncio, a declaração ritmada pelo pulsar do meu coração, pelo som ofegante da minha respiração. Hoje quero te devorar em debutes intensos do meu amor.

A poesia vibra, mas hoje quero rimá-las no teu colo delicado, nos teus lábios úmidos em pura paixão. Quero compor poemas nas linhas poéticas do teu corpo, versar o meu amor ao atravessar tuas fronteiras com o deslizar cáustico da minha pele desejosa de você. Hoje quero declamar com os olhos, ou simplesmente com o suspiro quente da minha boca próxima ao seu ouvido. Quero te desenhar com a ponta dos dedos.

Chega de palavras. Hoje acordei com fome de romantismo, com anseio de amor à moda antiga. Hoje quero dedilhar a poesia em mimos silenciosos. Quero dar vazão ao que as palavras não podem alcançar, aos sentimentos que não consigo expressar em letras por ti. Hoje quero o amor decifrado no carinho da tua companhia, na curva bonita que meus braços farão ao te abraçar e te envolver. Hoje quero pés juntos, café da manhã na cama e bilhetinhos de amor espalhados pela casa. Quero te amar com a ponta dos meus cílios. Fazer chover dos céus pétalas de rosa em homenagem à você.

O amor palpita em sensações pontiagudas. Hoje ele quer delinear o seu carinho na palma da tua mão, no sacolejo dos braços num passeio sob o luar ou na mudez de um vislumbrar de estrelas ao estarmos deitados na grama sentindo o frio do vento surrupiar nossos colos. Hoje quero a borboletinha no estômago, a melodia da tua voz doce no meu ouvido. Hoje quero pipoca e escurinho do cinema, beijinho na ponta do nariz. Quero fazer serenata sob a tua sacada. Quero te declamar sem enunciar palavra alguma.

Hoje quero dar-te mais que a fragrância de um buquê de rosas. Quero que sinta a segurança nos meus olhos, a verdade do meu sentir delineada no meu sorriso criança, no meu semblante de bobo apaixonado. Hoje quero trespassar o sonho desenhado nas letras e contigo viver as mais belas fantasias. Quero contigo dar passos descalços na terra, rolar sutil pela margem de um rio, ouvir o assovio oco da natureza e das caudalosas águas de uma cachoeira junto contigo. Quero sentir os pingos da chuva a roçar e deslizar por nós. Quero que seja minha princesa.

Hoje o desejo por ti transborda a barragem que construí. Hoje a poesia desvencilha-se das letras e escapole pelas frestas da porta do peito para te encontrar, para no teu peito recostar. Porque hoje quero sentir próximo, o latejar frenético do teu coração, a imensidão da tua emoção revelada pela tua sede e fome de amor. Hoje quero te rimar com a epiderme do meu amor. Quero te versar com os holofotes da minha paixão. Quero estar em ti e ter você em mim.

Quero-te! Demasiadamente! Porque hoje destranquei a caixinha dos desejos e os libertei, vociferei-os com a rígida cobiça da alma. Sinceridade absurda que sintoniza o peito. Meu coração ardia em demasia, numa franca vontade de incitar o que no fundo me apetece. Tudo para lhe dizer que não quero mais te falar... E sim, tocar-te... Amar-te... Com as pontas dos meus dedos e com a ternura dos meus sinceros beijos. Hoje as asas estão ávidas pra voar.

E acredite, a minha melhor poesia não está nas letras...

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Porque voar ao seu lado é um sonho.





Aspas do Autor: Hoje acordei com vontade de libertar os desejos mais profundos amparados pelo amor que escorre em mim... Segredos lançados sem medo, descortinados por uma ousadia que há muito não via  no meu ser. Ímpeto que me devora... Coração que ama translucidamente...

Serenidade

7 de abril de 2012




Muita calmaria, ternura, paciência
Deixar o vento correr livre
O sol iluminar e permitir o brilho
Suavemente na alma entrar

Olhar, sentir e então inspirar
Expirar, sorrir e sussurrar
Caminhar solto, sereno, terno
de mãos dadas, elo fraterno

Sentir o carinho, dar carinho
Ser abraçado e calmamente
Sentir a paz, deixar essa energia fluir
Para a alma ser capaz

E finalmente se afogar na serenidade
Que cada alma guarda dentro de si
Acreditar e seguir em frente
Pela paz, eternamente...





Aspas do Autor: Para um abril mais sereno. Que as sensações fluam na alma com plenitude e com amor sublime. Que as coisas aconteçam, que os encantos se encontrem, que as vidas se iluminem. Que o querer alimente a alma e paz nos abrace. Dê-se a chance e sinta... Viva!