Sou humano

4 de fevereiro de 2012




Sou pessoa de trato fácil, que evidencia no jeito sincero de ser a película mais verdadeira da alma. Sou pele cristalina que expõe bem a nuance da alma, os tons que colorem a tela do meu mais bonito quadro. Não sou de complicar, nem de tornar a vida e suas difíceis escolhas em obstáculos intransponíveis. Sou de medos, mas sou de coragem e de riscos. Sou de enfrentar escolhas e corredores nebulosos. Em meio a incertezas dou passos no escuro. E mesmo com receio, parto para encontrar a luz, os sinais que correspondem à felicidade. Na busca pelo sorriso, faço tudo o que está ao meu alcance. E só faço o que por inteiro meu coração quer. 

Sou pessoa que por vezes para, mas que constantemente segue o curso e vive os percalços, dá a cara à tapa na busca por encontros sinceros, amores completos e alegrias abundantes. Não sou de fugir, nem de me esconder, nem de me silenciar. Não fui feito para responder à vida com indiferença, nem esnobá-la. Sou de abraça-la, até mesmo com o corpo doendo, com a chuva a cair pelos meus olhos castanhos. Sou demais espontâneo e não tenho medo de errar. Faço tudo com uma sinceridade extrema. Não sei pôr malícia nos meus atos. Faço tudo com a melhor das intenções, dentro da ansiedade de querer o melhor, de oferecer o mais precioso. E só faço quando me dão margem. E diante das dores, luto desenfreadamente para não me deixar reprimir pelas quedas que eventualmente ocorre. 

Sou prático e por vezes objetivo. Não sou de meias verdades nem de contornar irrelevâncias para chegar até o ponto crítico. Meu coração não gosta de rodeios. O que sou, sou, o que quero, de fato quero. Não hesito em escolher, em sonhar, nem em denotar meus desejos e expor de verdade as luzes que fulguram o meu mais íntimo. Nem mudo o que um dia falei. Minhas palavras são lei, são reflexos plenos dos meus atos. O que digo está lacrado, sem volta. Sou humano e sofro. Sou meio aço, meio flor. Sou homem sensível que não sente vergonha em chorar, em demonstrar que tem limites e fraquezas. Mas sou homem perseverante que não desiste na primeira queda. 

Sou pessoa que não entende bem certos aspectos da vida, nem do comportamento das pessoas. Mas sou excepcionalmente aberto a tudo que vai além da minha compreensão. Não julgo o que é diferente, nem o que é indiferente ou semelhante a mim. Muito menos julgo eu mesmo. Vejo a vida com olhos condescendentes. Sou complacente e sorrio encanto mesmo com a alma marejando dor. Sou tranquilo e sou de ações próprias. Não sou influenciável, nem responder a atos hostis ou ofensas contra mim. Sou quem sou justamente por agir conforme meus valores e princípios me orientam. Acredito que isto é ser autêntico. Ajo conforme desejo que ajam comigo. Mesmo que nem sempre as pessoas ajam conforme espero... 

Posso ser de apanhar, de ser julgado, ser incompreendido e desrespeitado, mas não sou de tapas, nem de bater, muito menos de ofender ou desrespeitar. Se esperarem grito, há de receberem abraço; se esperarem ofensa, há de terem amor; se esperarem julgamento, só terão respeito. Não sou de apontar, mesmo que às vezes exista o que mirar. Sou humano tranquilo. Sou encanto, mas nem sempre. Sou de quebrar, mas também de me restaurar. Sou pura imperfeição, mas também puro amor. Sou dor, mas sou sabor de poesia a expirar pelos poros do corpo. Sou calor expelido de sorrisos sinceros, de olhares transparentes; sou constante amor doado por um coração inteiro, demasiado sincero, espontâneo... 

Sou humano, carente de sentimentos reais, de entregas verdadeiras e olhares complacentes, compreensíveis. Mas sou abundante de intenções amorosas, de sentires completos, de francos quereres, de abraços intensos. Sou apenas um frágil humano querendo franqueza, mais abraço, mais cumplicidade, respeito e consideração. Sou apenas alguém que quer um mínimo de atenção, um afeto verdadeiro, uma fala sincera, um sinal conclusivo. Não quero distraídas emoções, nem sensações distintas. Só quero a troca de um olhar, a palavra franca de um coração, o gesto de enlace ou de soltura. Quero ouvir a vida pulsar. Saber se ainda dá para viver e continuar. Mereço. Porque de tudo o que me fere, o que mais me mata é a indiferença... 

Perdoe-me vida, se hoje, recluso na solidão, as lágrimas descolorem um pouco o arco-íris da minha alma. Perdoe-me se hoje te peço mais compreensão. Perdoe-me se parece clichê dizer isso, mas é que nasci humano...





Aspas do Autor: Hoje dói. Mas a vida segue... E espero que por aqui ela continue colorida... Até um dia.

4 comentários:

Bandys disse...

Oi Alê,

Vai passar, tu sabes que vai passar. Talvez não amanhã, mas dentro de uma semana, um mês ou dois, quem sabe? O verão está aí, haverá sol quase todos os dias, e sempre resta essa coisa chamada 'impulso vital'. Pois esse impulso ás vezes cruel, porque não permite que nenhuma dor insista por muito tempo, te empurrará quem sabe para o sol, para o mar, para uma nova estrada qualquer e, de repente, no meio de uma frase ou de um movimento te surpreenderás pensando algo assim como 'estou contente outra vez' "
Eu compartilho de todos os seus sentimentos e se precisar chama.
Fique em paz.

Um beijo enorme no ♥

Unknown disse...

Olá!!
É bom ler-te novamente!

Belíssimo texto! Acho que não poderia ter um final mais perfeito! Há coisas na vida que realmente são consequências dessa nossa humanidade...

Bjkas

Luzia Medeiros disse...

Nós seres humanos sofremos muito com esse triste sentimento chamado indiferença.

Preciso que leia este texto no meu blog, não é fictício, é sobre um momento que estou passando.

Beijos, que bom que estás de volta.
http://luzia-medeiros.blogspot.com/2012/02/compartilhando-uma-lagrima.html

Anônimo disse...

Oi, passei rapidinho só para te fazer uma visita e um convite especial.

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http://iasmincruz.blogspot.com/2012/02/super-sorteio.html