Os olhos piscam guiados pelo amparo sutil da vida ao redor. Nos toca com preciosos convites, enlaçados com cetins dourados e retalhos inteiros de emoção. A alma transparece sob esta magia que incita-nos, errante vontade que nos abraça em tons anis, em receptáculos de sentimento sincero.
Por vezes sentimos esta limitação nos pés, diante da ilimitada atração que não se mensura no ar. Rastros de sentir que nos empurra, que nos envolve em sensações, imagens refletidas em baús de tesouro. Não é palpável pensar nas escolhas, mas são detalhes que inebriam a alma com oportunidades, com atrativos que ficam a mercê do nosso singular desejo. É encantador vislumbrar o que podemos encontrar; o que do outro lado está a nos aguardar.
Às vezes é algo que se alinha num nível além de nós, que extrapola os limites do que alcançamos. A poesia parece fazer do coração sua residência. Mas é belo poder pensar nas possibilidades, na gama de aspectos que podem surgir ao pisarmos firmes, ao darmos o pulo, ao atravessarmos a neblina e a fronteira que nos separam do lado que ansiamos, do tão sonhado mundo certo, àquele em que a alma não se sente só, mas sim acariciado por aparatos de amor tranquilo, transparente e real.
Difícil é não perceber e por momentos parar, ilustrar os prêmios futuros, as vivências guardadas em caixinhas douradas para serem experimentadas, vividas no mais profundo do peito; elos que concretizam o corpo e a alma, que enrijecem os sonhos e fortalecem as bases. Porque antes de partirmos para o horizonte, o fitamos, o desenhamos a mãos nuas, sorrimos faceiro diante de sua descarada cara convidativa. A uma vida que oferece a matéria-prima ideal para a alma crescer e se adornar em diamantes, em preciosa magia divina.
Fácil é se perder neste misto de sensações e imagens, no estático momento em que apenas enxergamos e aguardamos um sinal, ou uma brecha nas defesas para nos soltarmos das amarras, do vento febril que às vezes nos impede, do receio sutil que naturalmente coexiste com o brilhante querer de ir adiante.
Normal é esta condição. A vida nos seduz. O amor pisca e ficamos balançados. Mas uma coisa é certa. Aparentes miragens só se tornam oásis quando arriscamos ir de encontro a elas para descobrir... Só se aprende a voar quando se pula no vazio sem medo. Só descobre o tesouro dentro do baú quando as mãos o abrem. E o outro lado só guarda isso, tesouros... Tudo fica refém de escolhas. Toda escolha é arriscada. Mas mais arriscado é não escolher.
Coisas boas nos esperam. Aceitemos o convite sincero do vento. De malas cheias ou vazias, tanto faz. Não importa se agora ou depois. Sem pressa. O importante é, em algum momento, desvencilharmos das feridas de ontem, ir adiante pra viver... Na crença certa de que no outro lado não iremos sonhar, mas viver um sonho... O melhor, o mais real!
Aspas do Autor: É preciso coragem para fazer certas escolhas. Mais ainda para não fazê-las. O que não deixa de ser uma escolha, também. Contudo, um caminho não pode deixar de ser seguido: a vida. (Curiosidade: este texto foi na verdade um comentário que fiz em um especial blog)
9 comentários:
Um sonho mais incrível que hoje, ontem, amanhã...
Ás vezes ficamos tão desnorteados que não sabemos ao certo o melhor caminho, justamente por haver dúvidas que nos afastam dele.
Um grande abraço!
Saudades daqui!
Ás vezes nos sentimos tão desnorteados que não sabemos ao certo o melhor caminho, justamente por haver dúvidas que nos afastam dele.
Um grande abraço! Saudades deste cantinho, amigo!
Se o ontem fora menos do que sonhávamos, o amanhã será um novo dia par que o sonho de "ontem" quem sabe se torne o hoje de hoje. Sem pressa, e sim fé!
Como esperado, mais um incrível e profundo texto. Amei, "grande novidade" sempre amo *-* .
Beijo, Pam
Oi querido Alexandre,
Senti a sua falta. Tinha saudades de você!
Seu texto, aliás, como os outros, é uma obra-prima, um monumento literário, e você é um "minino" pra escrever desse jeito e com essa intensidade (estou sempre, dizendo isso, né?)
Morfológica e sintaticamente perfeito. Imagens escritas, de rara beleza, figuras de estilo transbordam nele, e tudo isso porque você fala de VIDA.
E é tão bonito e reconfortante falar da vida, que nem sempre está na Primavera, mas, obviamente, terá de passar pelas outras estações, MAS É VIDA.
NOVAS COISAS, BOAS, NOS ESPERAM. SAIBAMOS VIVER E APROVEITAR OS DESAFIOS DE UM TEMPO NOVO.
A vida é toda sua. Desenhe, primeiro, faça um esboço dela, pra dar tudo certinho, sim?
Amei os seus comentários em meu blog. Me chamou de "sensual mansa". Bonito! Bonito, mesmo. Só homem, mesmo, pra dizer coisas dessas.
OBRIGADA, MEU QUERIDO!
Bom Domingo.
Beijos da sua amiga Luz.
Não há coisa melhor do que ser conduzido pelo vento suave ou veloz da vida, que pode nos levar para lugares maravilhosos.
Lindo texto!
Ps. Vou ficar um tempinho afastada do blog, pois, minha cirurgia será agora dia 23, mas, deixarei alguns textos com a Pâmella Ferracini, para que o blog não fique parado. Peço que não deixe de visita-lo. Quando eu voltar responderei os comentários com o mesmo carinho de sempre.
Beijos.
Como é bom a mudança! Como é doce ouvir o vento renovador. O passado tem lugar lá trás, para onde eu não volto mais!
Boas escolhas!
Namastê!
Me encontro em uma boa fase, acredito que as escolhas que tenho feito estão sendo corretas. Transbordo de felicidade.
Abraços.
Eu estava na aula de Filosofia hoje e nós estavamos falando justamente sobre as escolhas. No nosso livro tinha um trecho de Alice no País das Maravilhas onde ela pede a opinião do gato para onde ela deveria ir, mas sem saber exatamente o que quer. Achei super interessante isso e adorei ler um texto sobre o assunto aqui.
Escolhas são terríveis a principio, mas precisamos delas. Arriscar um caminho errado é nosso grande medo, mas quem não arrisca não tem nada. Não podemos ver as escolhas sempre como um bicho de sete cabeças. Precisamos passar por cima desse medo de errar.
Beijos,
Monique <3
http://www.secretsofalittlegirl.com/
Realmente, o mais arriscado é não escolher. Sem ter medo de errar, é difícil, a gente não pode ficar pra sempre na "fronteira" qunado se demora por demais nela, a vida passa e você percebe que se não arriscou, não viveu.
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