Somente

21 de dezembro de 2013




A escrita gera reflexões. E ler às vezes nos faz meditar. Mas para quê? Para pensarmos e aprendermos algo que acrescente à alma? Às vezes as palavras pesam e confundem nossa mente. Qualquer frase que nos leva a refletir nos espanta, silencia-nos. Em certos momentos a gente não quer mais que somente ler; olhar; viver; ser; sem que a leitura nos intrigue, instigue ou incite qualquer aprendizado. Talvez um sorriso ou uma paz interior. 

Há momentos – na literatura – em que não queremos refletir, apenas sentir a escrita, sem ficarmos presos às complexidades que o olhar sobre a vida nos impõe. O mundo anda confuso, as pessoas e suas problemáticas já preenchem nosso cotidiano com uma diversidade de pensamentos que ficamos penalizados, quando não, sofridos. Pensar para quê? Se a vida por si só já nos aniquila com sua realidade cruel. Refletir sobre certos temas é bom, mas quem não gosta de simplesmente esvaziar a mente e focar os olhos no horizonte?

Bom mesmo é somente vagar, sem saber para aonde; somente olhar sem saber por quê; amar sem motivo algum; viver sem uma busca específica. Leveza é isso, é um desligamento do que amarra nossa mente em confabulações desnecessárias. Por uns minutos que seja, queremos somente estar presentes, vivos numa vida que orienta com sua simplicidade. Que seja somente para olhar estrelas, ou rolar pela grama, mesmo que tudo não faça sentido. 

Às vezes um pensamento, por mais reflexivo que seja não nos apetece, não estimula nosso coração. Diante de tanto caos, há vezes que não desejamos pensar muito. Queremos somente um pouco de paz, uma viagem silenciosa por palavras que abracem sem códigos, sem descrições enfeitadas ou imbuídas com significados. A mente, por vezes, quer ser livre, somente. Para sonhar com alegria, sem cortinas atrapalhando.

Portanto, que hoje a simplicidade impere. Hoje vamos apenas olhar, sentir as palavras, nutrir o nada que elas são, o vazio que há nestas frases, a falta de moral ou lição presente em cada palavra absorvida. Leiam, sintam, amem. Silenciem-se. Vivam! O mundo da literatura é fantástico justamente por não impor limites, por permitir que cada leitura seja sentida da forma como queiramos. Até que elas não signifiquem nada, mesmo que por trás de cada palavra haja muito amor. 

Às vezes a mente deseja ser livre, somente.



Aspas do Autor: Meus textos andam com uma carga reflexiva muito grande. Por isso, hoje tentarei ser mais leve, porque complexidade demais às vezes cansa [rs]... Feliz natal a todos!!

Íntima melodia

7 de dezembro de 2013




Meu coração é agraciado por uma melodia que há muito prepondera. As notas se intercalam, compõem acordes de profunda doçura, num harmonioso tilintar que espalha glamour pelo salão mais íntimo e querido da minha alma. Sou embalado por tons esperançosos e repletos com leveza, espalhando mais que essência, um sentimento afinado de alegria que se confunde com minhas orações pelo encanto derradeiro.

É um canto que traz encanto, em suas variadas tonalidades, envolvendo minha alma com uma trilha de profunda harmonia, num ritmo que evidencia meus sonhos mais belos e confortados no meu coração. É uma melodia que afina as batidas íntimas do meu peito, embevecendo meu ser com conforto e paz, segurança e relaxamento. É um arranjo sublime, exaltado pelos céus, porque me sinto amparado por uma concreta proteção.

A cadência dessa música é o que orienta meus passos, é o que dá ritmo à minha vida. Sou dançarino desde sempre, desde que ela invadiu os quatro cantos do meu salão íntimo, onde ficam os meus anseios mais nobres e delineados com fé e amor. Sigo o compasso dessa dança que contorna meu coração com demasiada determinação, com uma capacidade inabalável, que me mantém focado, crente no sentir que me abarca.

Esta íntima melodia é a melhor composição que já pude escutar. É um som que impregna meu coração com tranquilidade, com uma infinda ternura, uma abundância de sentimentos preciosos que tocam em consonância dentro de mim, envolvendo-me, como se fosse uma lírica poesia a debulhar meu ser na mais graciosa elevação. É a canção que me seduz, que me atina a sorrir, a querer, a amar. 

Esta canção liberta uma poesia que me abraça com mansidão, trazendo calmaria e dias mais azuis, numa entonação que beira ao lirismo; numa tocante que embriaga meu peito com um apaixonante soneto, um sopro melódico de maravilha sem igual. É melodia que reforça minha insolúvel vontade de ser feliz, que nunca me deixa abater por qualquer tipo de dor e sempre me reanima a cada revés vivido.

A íntima melodia surrupia meu peito com candura e uma afetuosa sensação; clama e declama seu encanto, num arrebatamento extasiante de romantismo. É canção composta pelo meu coração, música essa que embala minha vida e confere razão à minha existência. É sensibilidade exalada por uma tessitura suntuosa e extasiante, tocada pelo meu querer, sibilada num timbre que seduz minha alma numa só emoção. 

É amor, a melodia do meu coração.



Aspas do Autor: Esta música é o que me define... Mas há muito quero fazer dueto com outro coração... e... bem, pra quem não sabe, no dia 6 foi meu aniversário. Mais uma primavera embelezando minha vida...