Não sei o que é amor

27 de outubro de 2012





Nunca soube...


Não sei o que é amor. Não sei o que é aquele furor que domina meu peito, aquele vento que surrupia sorrisos brandos no meu rosto. Nem mesmo sei o que é aquela relíquia que brilha distante no fundo castanho dos meus olhos, o tesouro que se perde e se encontra na medida em que sofro ou me felicito. Não sei o olhar, não sei o calor que efervesce meu peito com sonhos aveludados, redecorados pela fé viva que se renova a cada segundo.

Não sei o que é amor, nem mesmo a paixão que por vezes despetala minha flor interna, a tempestade de doçura que aplaca as mazelas do meu ser. Não sei do sopro frio, do toque febril que me açoita com delicadezas, com alegrias repentinas, desejos intensos e arredios. Não sei do amor que tanto poetizam, tanto sonham e que tanto fabricam castelos dentro das pessoas. Não sei como se dá a engenharia do meu ser. Não sei do sentimento que se enviesa dentro de mim e floresce em bailes de espontaneidade.

Não sei o que é amor. Não sei da elegância que me rodeia. Nem sei destrinchar os segredos belos que pincelam os contornos da minha alma ávida por sensações raras e de teor inigualável. Desconheço as epifanias, os suspiros quentes de prazer da minha alma fluída nos encantos assimilados ao longo do tempo. Não sei do amor, da melodia e do júbilo que se propicia no leito da minha alma. Não sei da força, do sentimento que se vocifera pelos quatros cantos de mim. 

Não sei o que é amor. Não sei como é a magia que decora meu céu com enfeites de encanto e cintilações de amabilidade. Não sei do abraço forte, do semblante apaixonado da face, nem dos pelos eriçados com o magnetismo puro dos sentimentos. Não sei do quão sedento por felicidade é meu coração, o quanto as palavras regurgitam a profunda emoção que se enfeita dentro de mim. Não sei da brisa sonante, do baloiço apaixonante em que a alma se entrega. Não sei do amor. Não sei de nada.

Não sei do amor que julgo sentir. Não sei a exata forma do dote poético que veste o meu ser com películas translúcidas de sublime exultação. Não sei do afago, do carinho que remansa no berço do meu colo, refastelado nas texturas macias do meu colchão interno. Não sei do balaio que transporta meus sonhos mais sensíveis, meus anseios mais nobres e ternos. Não sei do arroubo que a vida me dá, do jeito manso de me enlaçar com seus feitios doces e apaziguadores.

Não sei do amor, de tudo o que se expele pelo meu jeito transparente de me mostrar humano, um legítimo embaixador de princípios abandonados pelas calçadas inertes da vida. Não sei do vagar intermitente, do sentimento ao léu, afeto solitário que se propaga pelas vielas mal cuidadas, sob o manto cruel da descrença, da penumbra humana. Não sei do que não se vê mais e nem se sente. Não sei do desapego que minha pele se faz do mal desnecessário, nem do desnudar da alma, do despudor em sentir tudo com plenitude.

Não sei o que é amor. Não sei! Não sei! Não sei! Não sei nada de amor, muito menos dos retalhos que o costura, da poesia que o adorna. Não sei se sei amar, nem dos caminhos tortuosos pelos quais é necessário passar, as escolhas infelizes a se tomar. Não sei. Não sei amor, não sei amar. Não sei nada. E na condição humana de ser, não me cabe saber mesmo. Talvez eu o sinta. Aliás, eu sinto. Só não sei falar dele. Não me perguntem sobre ele. De algum jeito inexplicável sei que o sinto. E isto, sob a perspectiva da minha diminuta sabedoria, é só o que realmente importa...


Aspas do Autor: Não sei, nunca soube e nunca afirmei que sabia. Tudo o que escrevi e escrevo até hoje são  aproximações de algo que nunca vou mensurar. Nem ninguém... Escrever é uma busca, uma pincelada com cores finitas... Amor vai além do conceito humano. Mas sei que sinto. De alguma forma sei. É o suficiente,

Je t'aime

20 de outubro de 2012





Amo, estou a amar
Amar, amor, te amo
Apenas amo e só sei amar

Meu amor, descobri o amor
Em você, em seu jardim
Brilhante em sua alma
Agora tenho amor em mim

Você, tu,
És
Razão pra viver,
Para amar e ser

Meu amor, em ti encontrei o céu
Minha alma relaxou,
Se apaziguou
Meu coração ama como nunca amou

Você, tu,
És
Meu tudo, minha poesia
És sublime em harmonia

Meu amor, te olhei e fascinei
E assim apaixonei
Me elevou, me fez sorrir
Quero pra sempre voar e não cair

Você, tu,
És
Sempre será
Quem há de me encantar

Musa do
Meu querer

Mon amour
Je t’aime




Aspas do Autor: Porque o amor jamais deixará de ser a pauta dos meus escritos... Meu carinho à todos!

Da estrela

6 de outubro de 2012




– Lá está ela! 
– Não adianta, não sei qual é... 
– Tu não vês? É a de brilho mais bonito! 
– Ah! Pra mim são todas iguais! 
– Mas pra mim ela é única.
– Devem existir milhões neste céu, como você consegue encontrá-la? 
– Eu a amo!





Aspas do Autor: Quando aprendemos a amar uma estrela, ela se torna única pra nós. O amor no peito orienta e permite aos olhos facilmente encontrá-la, mesmo que ela esteja misturada na mais rica constelação. O brilho da estrela que amamos destoa, é maior que todas as outras. Não há mais o que falar. Hoje quis ser sucinto. Tão quanto o que sinto...