O necessário a cada um

23 de julho de 2011




Nascemos vazios e carentes de algo. Os dias passam e nossas necessidades vão se acentuando, evidenciando o que de fato nos pode completar. É intuitivo pensarmos no que potencialmente é capaz de nos deixar completos e felizes. Não é algo que saibamos explicar, mas que sabemos bem identificar. O que queremos se alarma dentro de nós, como placas de orientações durante o percurso, dicas que nos fazem sentir propensos a sonhar por algo.

Mesmo que não haja uma forma de responder, ou mesmo afirmar exatamente o que nos move dentro de nós, uma semente vai brotando a cada dia. O florescer da alma é algo que se torna latente dia após dia, mas ela surge assim silenciosa e imensamente discreta, o que torna difícil sua compreensão. Mas o coração é o tradutor universal para sentimentos que perpetuam por dentro de cada um. Ele nos aquieta de uma forma que só se torna possível aceitar.

Não vivemos em vão. O olhar não se atrai por algo de forma aleatória. Os dedos das mãos tremem porque algo os deixa assim. O coração palpita com mais força por algum motivo especial. Tudo que nos estremece tem os encantos que tanto ansiamos e sequer entendemos. O que é necessário a cada um de nós vai surgindo gradativamente, a passos curtos. A ternura do que necessitamos vai adentrando e espreitando nossas almas com extrema delicadeza e afeto.

Não existem maneiras de identificar o que pode nos locomover. O que nos completa está intrínseco no âmago da vivência. O mais profundo das experiências é que resguarda nossos tesouros, a fim de garantir tudo o que é indefinível ao coração. O que habita em nós é uma vontade que vai além da magnitude dos universos. Porque o universo é apenas um reflexo pequeno do que existe no interior de nós. Nascemos com uma dimensão incapaz de se medir. Somos pequenos por fora, mas por dentro temos o tamanho de nossas vontades e desejos.

Os sonhos nos tornam imensos. A força em querer é o que diferencia, é o que nos destoa. O sonhar e o buscar nos concede o ímpeto preciso para nos tornar seres humanos de verdade. Porque são os elementos externos que preenchem o vazio da alma. E cada um tem uma necessidade equivalente ao tamanho do seu universo. O necessário a cada um não é puramente felicidade, mas tudo que juntos proporcionam o regozijo de um sorriso em nós.

A vida oferece a cada momento, ingredientes necessários para que possamos descobrir a tão sonhada completude, esta sensação de leveza que nos deixa plenamente felizes. Depende de nós absorvermos o que de fato é imprescindível. O necessário é o que faz a nossa existência humana fazer algum sentido. E viver nos concentra na busca incessante pelos mais variados motivos, elementos que refletem bem a personalidade e a vontade presente dentro de cada um de nós. As escolhas são essenciais para nos arremeter ao destino certo, ou mesmo afetar a distância e o tempo preciso a se alcançar a completa felicidade.

Contudo, entre tantos passos e riscos, entre tantos caminhos, descaminhos, tropeços e desvios, momentos, tristezas e alegrias, apenas um elemento é capaz de nos orientar a encontrar o que falta para preencher os recantos da alma e, nos findar no tão sonhado destino. O imprescindível a todos, comumente, é amor, puramente amor. Só quem o tem no peito consegue avistar no horizonte os demais ingredientes para completar a alma. Um elemento que nos leva a todos os outros. Indubitavelmente.





Aspas do Autor: O primordial é o amor. Ele por si só nos completa. Mas seguramente, tendo-o, conseguimos encontrar muito mais elementos intrínsecos e capazes de nos levar à felicidade. Meu carinho à todos.

Arte-final

16 de julho de 2011




Matizes de sonhos
Pintadas com encanto
Traçadas com o amor
Pleno do teu recanto

Aquarela de sentir
Pingos de ternura
A pincelar os desejos
Numa linda doçura

Cores que exalam
A magnitude dos afetos
Colisão de texturas
Dos teus anseios secretos

Uma tela branca
Que preenches com vida
Colore com as mãos
A tua alma querida

Versos que esboçam amor
Poética essencial
Delineios que visam ilustrar
Teu coração: arte-final.

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Um presente para a queridíssima Thalita. Uma moça muito doce e encantadora.


Aspas do Autor: Um poeminha amoroso, em homenagem a uma pessoa muita querida, que nas letras, ilustra bem as cores do seu lindo coração. Ela além de escrever muito, desenha excelentemente, e por isso no poema eu lhe presenteio com essa relação entre escrever e desenhar. Bem, deixo aqui o meu imenso afeto à ela.

Ao te perder, te descobri

9 de julho de 2011




Já são altas horas da tarde e não consigo pregar o meu olho. Meu coração martela dor pura. Caminho dando voltas no meu quarto e vez ou outra paro na janela pra fitar o lindo céu estrelado. É uma das coisas que me fazem sorrir e me sentir bem, além de tu. Ao olhar os brilhos fixos no céu, piscando pra mim, uma sublime magia trespassa por todo o meu corpo, tão intensa quanto estar olho a olho com você. São nessas horas que meu relógio parece não correr. Talvez não exista dia em que pensei tanto em você, e no quanto você significa pra mim, quanto hoje, nessa madrugada azulada e embalada pelos murmúrios da noite. 

Devo confessar que jamais chorei tanto por alguém. Dói muito saber que acabei magoando a primeira pessoa que amei de verdade. Você que se tornaste a minha menina, minha jóia de inestimável valor. Sei agora o quanto fui burro em não deixar sempre claro que te amava com toda a minha força. São raros os momentos em que posso admitir que sinto muita falta de você, porque sei que sou muito orgulhoso pra confessar abertamente. Tu deverias saber que quando estou perto de ti, as minhas pernas tremem, o meu sangue ferve, minha respiração fica ofegante, meu coração pulsa mais forte e meus olhos não desviam da sua presença. Não sei se que com meu jeito tímido e silencioso e alguns gestos reveladores conseguia transparecer tudo que sentia por você. 

Uma dor intensa lateja aqui no meu peito, como uma agulha furando o coração. Já nem sei mais em que recorrer. Já tentei falar contigo de muitas formas, mas jamais foi tão difícil te encontrar. Infelizmente, depois de muitas noites em claro, e muitas horas pensando, acabei notando que nunca demonstrei como te amo de verdade. Agora que te perdi é que pude perceber o quanto de fato a amo muito e o quanto és especial pra mim. Acabei deixando você ir. E agora que te perdi, fui capaz de te encontrar. 

Deixo por entre a curva que nos separou a fragrância do meu amor por ti. Deixo minhas sensações e aspirações, meus desejos de vida junto contigo. Deixo apenas as esperanças de um dia você sentir esse perfume e poder voltar e compreender, e quem sabe me amar novamente. Não desistirei totalmente, mas não ficarei na frente do seu caminho. Deixo-te a chance de escolher o melhor pra você. Mas se escolher outro caminho, seguirei sozinho, porque sem você, não há por que viver.





Aspas do Autor: um conto de amor para voltarmos ao clima de antes. E apesar da festa de aniversário do texto passado, o clima que prepondera ainda é de tristeza e vazio em mim. E o texto reflete isso. Desculpem. Um grande carinho à todos.