Não diga que a canção
Está perdida
Tenha em fé em Deus
Tenha fé na vida
Tente outra vez!...”
(Tente Outra Vez. Raul Seixas)
Um dia ele sempre chega; esse negror fulminante que invade cada centímetro de nossa pele, de nossas vibrações e palpitações. Essa fumaça encobre o nosso céu e nos deixa em torpor, embriaga nossos olhos e nosso caminhar fica pausado, fraco e cambaleante. Uma inebriante força enfraquece nossos olhos e então inexpressivos caímos em si e notamos o ritmo diminuir, o dia acabar e a noite gelar. Os momentos de flacidez nos ditam, e nos coloca em suspensão. Sentimos o frio penetrar intensamente em cada poro, fazendo com que essa tristeza mórbida invada com uma força incomensurável. O paladar endurece e resseca. A pele fica rígida e insensível. O cheiro fúnebre se perpetua por entre o ar. A passividade que nos envolve nos limita e nos cobre de incapacidade, de descrédito. Deixamos de acreditar em nós.
As angústias nos afligem e nos alimenta com dor, e com toda a potência enraizada em brisas lancinantes e fatais. Tudo se torna cinza. As nossas forças padecem, e então nos sentimos impossibilitados, e inertes em nosso sofrimento, necessitamos de ajuda, de compreensão, e muitas vezes de um colo amigo, uma palavra de conforto. Nesse tempo nada se encaixa, nem funciona ou faz sentido. A culpa nunca é nossa. Toda essa neblina nos deixa cego e então é mais fácil apontar um culpado a esmo, sem notarmos que o nosso amor próprio é que se distancia cada vez mais. E a cada segundo geramos pensamentos confusos, comportamentos conflitantes, e ocasionamos irritações, brigas e outras superficialidades causadas por esse abalo emocional. Chegamos à beira de um ataque ou de um precipício. O choro e o extravaso, essa dor psicológica que nos atinge vem junto com crises de depressões e estresse. Decapitados por esse pairar, nos rendemos muitas vezes a essas quedas. Então tombamos e sofremos.
Entretanto, o mundo lá fora continua no seu ritmo normal, pouco ligando para o nosso sentir, o nosso estar ou nossas preocupações. O tempo afundado nessa prisão, nesse breu, é incompreensível, pois vai depender da força de cada um. Pode ser de um dia, meses ou até anos. Embora ela seja necessária para abrirmos os olhos e juntarmos forças para nos reerguer e superarmos as dores. A partir daquele momento vamos enxergando mais racionalmente, e com a ajuda de pessoas queridas, e principalmente de nós mesmos, nossa neblina minimiza e nossa visão se torna mais clara. Um dia então ela sempre chega; essa luz e esse brilho penetrante e que tem capacidade de nos levantar e nos dar força e vigor para viver. Num longo despertar nos analisamos e nos deixamos levar por essa cálida sensação de ânimo. Num súbito aos poucos vamos descobrindo a beleza que nos rodeia, a sublime vida que nos suporta e a luz que nos abastece. Aos poucos vamos aprendendo a renascer. E com muita fé, lentamente, vamos saindo do casulo em que nos deixamos envolver.
E numa consciente percepção descobrimos que ainda há muito que se ver, o que se viver, conquistar, angariar e aprender. As energias vão se recompondo, nosso vigor aumentando e nosso vibrar, nossa alegria e contentamento se recriam e se tornam presentes. A brisa resvala e nos fortalece; o sangue circula e nos aquece, nos deixando aptos e crescer, a alcançar os degraus. Aprendemos ali que devemos angariar forças para seguir em frente, e com muita luta e persistência chegar até além do limite. A cada minuto nosso ânimo vai se inflando, nosso caminhar fica mais vibrante, mais firme e sólido. As dores vão sumindo, as angústias disseminando pelo ar, e o corpo vai se enrijecendo, tornando mais forte e mais resistente.
A luz vagarosamente vai iluminando nosso semblante, e os corredores escuros de nossa alma vão clareando e a pulsante vida renascendo. Então chega uma hora em que finalmente nos reerguemos e firmes caminhamos felizes, contentes e determinados. Como fênix, ressurgimos das nossas cinzas e então nos abrilhantamos e nos fortalecemos. Tudo se renova. Tudo que antes nos afligia se aniquila, e as coisas boas novamente aparecem, e nisso somos envolvidos com cálidos abraços. Conseguimos finalmente sair do sofrimento com muita superação.
A luz vagarosamente vai iluminando nosso semblante, e os corredores escuros de nossa alma vão clareando e a pulsante vida renascendo. Então chega uma hora em que finalmente nos reerguemos e firmes caminhamos felizes, contentes e determinados. Como fênix, ressurgimos das nossas cinzas e então nos abrilhantamos e nos fortalecemos. Tudo se renova. Tudo que antes nos afligia se aniquila, e as coisas boas novamente aparecem, e nisso somos envolvidos com cálidos abraços. Conseguimos finalmente sair do sofrimento com muita superação.
Assim como esse escuro sempre vem, ele sempre vai; da mesma forma que caímos, sempre levantamos. A vida nos ensina a superar as frustrações e as decepções. E o importante é que seja sempre assim. Que nos levantemos das quedas com mais força para resistir às dificuldades e obstáculos futuros. Que tenhamos força necessária para superar todos os problemas e desafios. Logo as quedas se tornam raras e a felicidade constante.
Aspas do Autor: É um texto antigo, escrito em 2007 no meu primeiro blog. Republiquei aqui por achar um texto bom pra se ler. Por mais tempo que possamos ficar mal ou sofrendo, chega uma hora em que precisamos levantar, pra recomeçar a viver. Tudo ao redor nos ajuda a superar. A vida sempre faz a gente passar por essas situações, para renascermos sempre mais fortes. Meu carinho à todos. E desculpem, mas logo volto à fazer minhas visitas.