Um elo que me mantém vivo

28 de junho de 2010




Dois anos de blog.


O momento em que decidi partiu de uma frustração. A dor geralmente é capaz de me impulsionar a determinadas escolhas. O que venho aprendendo é que é importante vivenciar cada escolha na plenitude, seja descobrindo depois, se ela é foi certa ou não. Acredito que decepções ou frustrações às vezes são saudáveis. Eu sinto que a vida não tem nenhum elemento previsível. Por que esperar algo de algo que não temos controle? O bonito é viver essa adversidade, é sentir as escolhas na pele, e arriscar.

Começar a escrever foi assim. O que antes era um receio tornou-se um elemento importante para o meu crescimento como ser humano. Ao contrário de algumas escolhas, tive sorte. Porque a partir daí fui estabelecendo um elo essencial com o meu coração. A surpreendente chance de explorar o meu coração através de palavras me libertou. A partir daí foi quando verdadeiramente fui me conhecendo. Finalmente meus olhos se voltaram para mim. E assim me surpreendi.

Surpreendi-me porque eu era melancolia pura. Eu era frustração, só solidão. E eu deixava explícito a minha dor. Por muito tempo precisei conviver com isso. E o que escrevia dizia muito da minha aflição. Porém com o tempo eu fui criando vida. Essa vida foi se espalhando por mim. E facilmente eu podia sentir a esperança crescendo, e a minha fé fortalecendo. Fui me tornando alguém melhor sim, alguém com mais foco, sabendo enxergar coisas mais essenciais.

Escrever se tornou a melhor companhia para o meu coração, que apenas queria isso: algo que dessa luz a ele, à minha alma. Aos poucos era difícil não sentir essa necessidade. Mesmo que eu vivesse algo duro, difícil de lidar, sabia onde encontrar uma área de segurança, algo com que eu pudesse me apoiar e abraçar com intensidade. Isso foi despertando, gradualmente, as coisas mais lindas que eu tenho dentro de mim. E eu descobria a cada dia um elo que me mantinha vivo.

Durante dois anos e quatro meses escrevi eu meu antigo blog. Porque lá, apesar de ter muitos lados bonitos de mim, também guardava o lado mais velho, que já não existe com tanta força hoje em dia. E aquele blog contrastou com a minha nova alma. Ali tinha dor, tinha solidão e melodrama. Aí parei de escrever. Não me encontrava mais lá. Por um tempo caminhei para reflexões. Eu precisava. Eu tinha que reerguer esse elo com mais sentimento, e mais respeito ao o que eu sentia de novo. E então nasceu esse blog, ao qual estou escrevendo atualmente: “Elos no Horizonte”.

E sabe, surgiu assim perfeito para mim. A minha vida é sustentada por elos. Elos que me dão a energia necessária para jamais sentir a falta de esperança, ou para nunca perder essa fé que eu conservo nos sentimentos bons, em valores e princípios que me tornam um ser humano melhor, mais centrado, equilibrado, e que respeita a vida e acima de tudo o semelhante. É essa forte ligação que eu preservo com os aspectos mais bonitos do meu coração e da vida que dão mais vivacidade à minha alma. São esses pensamentos confrontados no horizonte da minha alma que me permite fazer novas descobertas e ampliar minha sabedoria.

Nunca me senti mal escrevendo aqui. Mesmo nos piores momentos, aos quais me senti aflito, ou senti algum tipo de dor. Esse blog se tornou um porto seguro. Aqui sinto a alma renovada. Aqui falo de tudo. Exploro aspectos do meu coração. O blog se tornou algo que me mantém vivo, porque eu dialogo com o coração. E isso me fez melhor. Faz-me sentir alguém com valor, alguém que tem muito ainda a oferecer e ensinar. Esse blog aqui me faz sentir mais esperançoso.

Hoje eu completo dois anos nesse recanto. Dois anos que significaram um amadurecimento espantoso pra mim. E que seja assim por muito, mas muito tempo. Porque esse elo aqui é um dos que me mantém mais vivo. E estarei sempre aprendendo e amadurecendo aqui. Porque ele está intimamente unido ao meu coração. E ao amor que tanto estimo.

 
 
 
 
Aspas do Autor: Estou postando excepcionalmente na segunda-feira (normalmente é todo sábado), mas por um motivo simples: aniversário de dois anos desse blog. Esse novo cantinho merecia algumas palavras. Ano passado completei um ano nele sem comemorar porque eu tinha dado uma pausa na escrita por causa da faculdade. Mas hoje faço isso. Esse novo lar onde meu coração repousa se tornou essencial pra mim. Vale lembrar que no fim do ano completo cinco anos escrevendo (contando o tempo no blog antigo). E a cada ano, cresço um pouco. E não largarei a escrita, estarei por aqui por muito, mas muito tempo. Meu carinho à todos.

Ainda sei te querer

19 de junho de 2010




Eu não podia imaginar
Que tão cedo leria tuas letras novamente
Nem que o perfume impregnado na carta
Fosse me enlevar de forma tão veemente

O certo é que sorri fácil
Porque era impossível me enganar
Eu senti um imenso frisson no coração
Percebi a minha alma se agraciar

Tu ainda me comoves
E será pra sempre um elo na minha vida
Um elemento que me dá força e vibração
Um alicerce que me mantém no chão.

Não contenho minha alma desvalida
Aquela que no peito ainda te clama
Por um segundo não me vejo sem você
Perdoe-me querida, mas ainda sei te querer...






Aspas do Autor: Existem momentos em que o coração não nos deixa dúvidas, nem confusão, apenas uma certeza. Mesmo que não possamos compreender, nossa reação responde por nós. Há como, em alguns momentos nos enganarmos? Não creio. O amor na gente é espontâneo. Pra quem gosta do amor, deixo aqui mais dele para cada um. Meu afeto carinhoso à todos que me visitam. 

O Homem

12 de junho de 2010




“Por todos os lugares
Cruzando os mares fazendo o bem
Ele é um homem bom
Distribui amor e tudo o que tem”
(O Homem Bom. Roberto Carlos)


Desde a outrora da minha vida eu escutava sobre esse homem. Passei minha tenra criancice ouvindo fatos atribuídos a esse homem, chamado O Homem. Nunca souberam dizer o nome verdadeiro dele, apenas o batizaram assim de O Homem. Até hoje, ainda escuto sobre ele. Nunca o vi, e não me perguntem se ainda está vivo, por onde anda ou andou. Só sei o que me disseram. São histórias e fatos fabulosos, interessantes e atraentes que chamam a atenção. Como são muitas, citarei algumas que ouvi durante toda a minha vida e que de alguma forma me fascinei.

A primeira coisa que me contaram, foi que ele sozinho fundaste uma cidade em uma semana; na verdade seis dias, no sétimo ele descansou e sumiu. O local tinha de tudo o que o povo necessitava: luz, saneamento, hospital, segurança, educação, alimentação, muita paz e amor. Dizem que a cidade, espetacularmente construída, vertiginosamente prosperou e cresceu. Nunca soube onde ficava essa cidade, nem se existia. Pois bem, me contaram que há muito tempo não existiam estrelas até O Homem um dia ao estar muito feliz decidir soprar ao céu as lindas estrelas que brilham à noite. Espantoso não é? Até hoje me encanto com elas.

Mas não para por aí não. Tem mais coisa. Outra vez me contaram que ele um dia chorou tanto, que acabou formando os mares. E que ao sorrir ele devolveu a esperança a milhares de pessoas. Será possível? Bem, um fato curioso que me contaram é que ele é capaz de ficar em cima de sua própria mão. Sério! Eu adoraria ver isso. Disseram-me ainda que, num aceno leve de mão, ele faz o vento mudar de direção e, num breve piscar de olho, ele torna o dia de noite, e a noite de dia. Fatos instigantes mesmo, mas nada que possa ser provado.

Contaram-me um dia que O Homem sonhou todos nós, e por ter sonhado nós surgimos. Será que eu sou fruto da imaginação de alguém? Enfim. Dizem que ele está presente em todos os cantos, sem mesmo estar em um. Mas como é possível? Há um mês o meu avô, no leito de sua morte, dizia que O Homem falou com ele. E ele ficou calmo e sereno, mesmo minutos antes de morrer. Eu juro que não vi ninguém conversando com ele. E outra, o meu avô mesmo disse que ele não precisava falar, e que nem precisava a gente pensar em falar, que ele já sabia o que iríamos dizer.

O fato é que existem muitos fatos creditados a ele. A natureza por exemplo. Dizem que antes de tudo, quando tudo era nada, ele um sentou no deserto do mundo e começou a pintar a natureza com a mão. A beleza do mundo é fruto de um quadro que ele pintou. É o que dizem. De qualquer forma, as paisagens são tão belas, que realmente parecem quadros reais. Também falam que O Homem um dia correu tão rápido que fez o mundo ficar em constante rotação. Dizem que um dia ninguém podia respirar, até ele declamar uns versos e a essência da vida se impregnar pelo ar. Lindo isso não é?

Pois é, O Homem realmente fascina. Dizem que ele é um bom semeador. Um dia semeou o seu coração na terra. E dali surgiu o amor. Que da árvore do amor, surgiu virtudes, como a amizade, a paixão, a sinceridade, paciência e serenidade. Sabe a paz? É o fruto que nasceu no topo. Comentam que no inicio os pássaros eram mudos, mas ele assobiou e a sinfonia doce de seu canto se tornou as vozes dos pássaros. Olha, só sei que alguns pássaros cantam divinamente.

Falam até que onde não respiramos, ele respira; que onde e o que não vemos, ele enxerga claramente; o que não escutamos, ele é capaz de ouvir; e que até o ar é palpável a ele. Sem dúvidas O Homem fascina com as suas histórias. Falando em histórias, se hoje existem contos de fadas foi porque ele contou todas. Dizem que ele tem respostas para todas as perguntas, e sabe descrever até o que é indescritível. Será mesmo? Confesso que mesmo sem ter visto e sem ter provas nas mãos eu fico fascinado com os possíveis fatos que ele realizou. Realmente gosto de pensar nisso. Seria fantástico! É como se ele fosse O Homem dentre todos os homens. Talvez agora mesma eu esteja em cima de uma terra adubada por ele. Ou até enxergando um azul límpido do céu pintado pela sua mão. É transcendental!

Existem milhares dentre milhares de coisas a serem ditas sobre ele. E acredito que ainda seria impossível contabilizar isso em números. Talvez chegue perto do infinito (é o que falam). Mas alguns desses fatos eu contei agora para vocês. Porém deixei por último um fato curioso. Dizem mais recentemente que ele tem um filho. Sim, um filho! Podem acreditar. Ele parece ser tão fabuloso quanto o Pai. Dizem que a herança dele é o poder de fazer coisas inimagináveis e fantásticas. Maravilhoso! As últimas que me contaram é que ele anda sobre águas e cura doenças com um simples toque. E que consegue multiplicar alimentos e dar de comer a milhares de pessoas. O nome dele? O chamam de O Filho do Homem.

Mas não vou me alongar contando sobre ele. Isso fica para outra história.






Aspas do Autor: Um conto variado, mas sereno, para começarmos bem a semana. Ainda ando com pouco tempo, devido a um acúmulo grande de trabalho. Porém, espero poder visitar com mais calma muitos blogs. Fica aqui o meu afeto à todos que carinhosamente me visitam. Até mais.

De coisas mágicas...

5 de junho de 2010




...é que o coração necessita.


Às vezes não queremos mais que sentar na varanda e sentir o vento esvoaçar na gente, ou mesmo encostar-se a uma árvore e ficar em sintonia com a essência ao redor, embevecendo-se com o frescor da vida. Se pararmos um pouco e abrirmos direito os olhos, vamos ser preenchidos por essa luz cálida que nos envolve a cada segundo do dia. Essa assimilação gera um bem estar incomensurável dentro de nós. Essa beleza que caminha tão perto existe de um modo tão acalentado, que é como se fosse alguém nos acariciando, nos enlevando com carinho, afeto e amor.

Pequenos detalhes podem ser mais que mágicos para nós. Podem suprir pedaços vazios da nossa alma e apagar desesperanças. Pequenos momentos se tornam cruciais para preencher-nos com mais esperança e confiança. O belo é sentar na grama e ouvir os ecos da natureza. O conforto englobado na magia de sentir nos dá um ânimo revigorante. Até mesmo rolar pelo chão, rindo, solto, leve e feliz. E ouvir o delicioso som dos pássaros cantando ou o som de suas asas batendo no ar. É como nos unirmos à mãe-terra e sentirmos essa ligação entre toda a criação. É como sentirmos estar nos braços de alguém, sendo embalado ao som de cantigas doces e serenas.

Precioso é vislumbrarmos paisagens de uma beleza ímpar, como uma belíssima aurora e o seu aconchego doce em fazer o dia nascer para a gente; ou um pôr do sol que nos faz ficar extasiados com a sua meiguice plena e singular, capaz de enlevar as nossas sensações de conforto e paz. Bom é caminhar num jardim entre rosas vermelhas e sentir a branda fragrância que nos preenche com uma primorosa sensação de segurança e cuidado. É bonito estar na praça, de mãos dadas com um amor e, juntos, admirar o céu da noite, adornado com brilhantes estrelas peroladas. E admirar um encantador espelho d’água, refletindo o horizonte de uma especial paisagem. Não há como não sensibilizar-se pela sinuosa perfeição do quadro mais bonito, o da vida.

Às vezes não queremos mais que um aperto de mão, uma alegria compartilhada, ou uma conquista reconhecida. Queremos é sentir a plenitude da amizade, daquele sincero e afetuoso abraço, que nos explode em fagulhas de sentimentos bonitos. São coisas mágicas! Seguimos e buscamos carícias, pequenos e singelos gestos de afeto, como uma breve troca de olhares, um sorriso disfarçado ou largo. Mágico é aquela pontinha de inocência que ainda existe em nosso modo de absorver um afago, ou de dar um beijo tímido. Parece que o que vivemos é mais do que imaginamos ser, e acreditamos que jamais iremos compreender de fato a profundidade verdadeira de certos sentimentos. Porém, sabemos que podemos tornar tudo o que foi vivenciado em momentos especiais e únicos na nossa vida, porque se tornam importantes.

É gostoso vivermos assim, como colecionadores de emoções e momentos magníficos e únicos. Porque a cada passo vamos descobrindo que correr descalço, debaixo de chuva e rolar no chão com o seu cachorro pode se tornar a coisa mais feliz que já vivemos na vida. Ou mesmo cair sem querer num riacho com roupa e tudo ser mais que engraçado, mas sublime. Como andar de mãos dadas com a(o) namorada(o) e sentir aquele calor aquecendo, o coração pulsando mais forte, e borboletas voando dentro de nós. Tão feliz quanto receber uma carta manuscrita por alguém que te ama, ou ganhar selos personalizados com “eu te amo”. A vida te dá pequenas coisas que não são apenas mágicas, mas esplêndidas e grandiosas.

Como Grandioso é correr numa areia fofa, ao lado de um amigo, seguindo pássaros ou indo sem rumo. Bons momentos aqueles em que estamos com amigos, reunidos, comemorando algo, ou simplesmente brindando a amizade plena de cada um. Pode ser num cineminha caseiro, ou num churrasco maneiro, um rodízio de pizza e massas, ou até mesmo numa festa no fim de semana. Não há nada tão aprazível do que compartilhar momentos felizes com pessoas que gostamos. Percebemos que somos importantes para alguém, que temos histórias e pessoas, cujas existências, são mais que suficientes para ficarmos seguros e contentes.

Das coisas mágicas necessitamos. De tudo o que nos faz bem e o que nos traz felicidade e riqueza de aprendizados. Não são coisas que possam ser postas num roteiro, manual, ou previamente planejadas, mas de ideais que sirvam a cada um, a cada alma, a cada anseio particular. É como seguir em busca de sonhos, e conseguir realizações importantes, e mesmo conquistas essenciais para o engrandecimento pessoal e espiritual. Porque o que importa é o que sentimos lá dentro, lá no coração. É de lá que conseguimos perceber o que de fato é mágico para nós. Vivenciar coisas mágicas acelera a construção da ponte. O que há do outro lado da ponte? Felicidade e... surpresa!

 
 
 
 
Aspas do Autor: Escrever pra mim é uma coisa mágica. Os amigos que tenho aqui, a alegria que eu adquiro expressando sentimentos. Tudo soma um pouco para a minha felicidade e o meu crescimento. Por isso sempre estou aqui. Não apenas por estar, mas por ser essencial e fundamental na minha vida. Agradeço a tudo que este mundo aqui me proporciona. Deixo aqui o meu grande afeto à todos que me visitam. Até o próximo sábado.