Seguindo sem medo

29 de maio de 2010




“Sem lenço, sem documento
Nada no bolso ou nas mãos
Eu quero seguir vivendo, amor
Eu vou...”
(Alegria, Alegria. Caetano Veloso)


Creio que devo explorar mais o ambiente que me cerca. Inteirar-me mais da essência que transborda no espaço ao redor e de todos os elementos que coexistem comigo. Meu intento é encontrar um limiar que me faça estabelecer um limite que prepondere um elo maior entre eu e a vida. Caminho todo dia em busca de um objetivo claro. A meta é alcançar sensações confortantes, que planem na minha alma e me façam crescer. A meta é continuar seguindo sem medo, sem receio do que possa aparecer na minha frente. Não posso fraquejar diante de um obstáculo, ou mesmo de um pequeno desvio na rota.

Tenho ciência de que o caminho que me leva a uma zona de conforto não tem que ser, necessariamente, difícil, mas precisa ser árduo e exigir meu controle, meu equilíbrio e muito foco, muita perseverança e força de espírito. Minha determinação tem sido uma base para eu sustentar muito do que acredito e sigo. Muito do que me alimenta e faz ser o que sou vem de muito tempo. Porque aprendi a regar meu jardim desde muito cedo. E isso tem me levado a construir boas amizades e boas relações; uma vida direita, centrada e bem estabelecida; uma mente aberta e compreensiva.

O resultado que espero é desenvolver a minha maneira de ver, de enxergar o que me rodeia, o que me alimenta e me impulsiona. Foco isso todo dia. É uma disciplina que tenho seguido e tem feito muita progressão em mim. Porque busco, com o meu coração, despertar sentimentos bons e bonitos, que me façam ficar mais alegre e, de uma maneira particular, cative as pessoas; seja pela singularidade, espontaneidade ou sinceridade do sentir. O que busco alcançar são valores humanos mais sólidos, que me tornem alguém digno, idôneo e valoroso. Esse caminho que sigo, sem medo, é o que dá paz à minha alma, à minha condição de ser humano. É o que me sustenta.

Tenho meus problemas, meus defeitos e meus pormenores. E isso me faz sentir mais humano e mais frágil, fazendo-me perceber que sempre haverá motivo para continuar buscando mais paz, mais felicidade e mais comunhão com a vida, a natureza e as pessoas ao redor de mim. Não busco perfeição. Quero apenas ser uma pessoa melhor da que fui ontem, coletando os aprendizados necessários e praticando a filosofia que existe na minha caminhada. Porque o que sigo é o que qualquer um segue: equilíbrio, paz e felicidade. Alcançamos isso seguindo o que nos faz feliz, o que se faz presente nos nossos sonhos, com respeito, dignidade, ética e uma relativa liberdade.

Não sou diferente de muitos, mas sei que aprendi a dominar um estilo próprio, um estilo que me caracterize, que me identifique. Domino um estilo de vida que me segue de mãos dadas desde muito tempo, mas que só agora posso compreender com mais profundidade e ênfase. Devo muito ao que acredito, à vida que construí para mim e principalmente às pessoas que eu amo, estimo e admiro. Entre amigos e familiares, tenho pessoas que, juntas, fazem uma ponte pra mim. É um incentivo extra, da qual faz muita diferença na hora de realmente aprender e vivenciar. Não sigo, nem cresço sozinho. Dependo muito de mim, mas também me fortaleço nas pessoas; no que existe comigo; na beleza que atrai; na natureza que me abraça; no Deus que me orienta. É assim!

Busco ser mais do que sou hoje, e mais do que fui ontem. O objetivo em criar um elo maior com a vida e as pessoas é o que me dá mais satisfação e contentamento. O que também fortifica meus princípios e minhas ideias. Porque manter alguns valores em dia é bem difícil. Com o mundo que está hoje, manter certos pensamentos e sentimentos firmes é uma tarefa árdua, e que às vezes surge como um obstáculo que pode enfraquecer. Por isso a cada dia dou muito valor no que penso, sigo, vivo e, na forma como trato as pessoas, a vida e principalmente a mim mesmo.

Eu estarei sempre seguindo em frente, sem medo ou receio. Mas com muita fé e esperança.

 
 
 
 
Aspas do Autor: Sigo princípios cristalizados, mas não imutáveis.  Faço minhas próprias escolhas, tento julgar o que é bom ou errado pra mim, ponderar as atitudes com sabedoria, e viver da melhor forma possível. Estou em constante evolução. Adotei um estilo de vida que é árduo, por exigir muita força de vontade para manter pensamentos e atitudes, mas é o que me dá força, satisfação e alegria. Não só pra mim, mas para os amigos e familiares, e à todos que me conhece. Sempre dei valor a minha personalidade. E dou muito valor à todos e tudo o que me cerca. É um aprendizado que vai até o fim dos meus dias. Sempre! Meu afeto carinho à todos que vêm aqui. Até mais.

Até além do fim

22 de maio de 2010




Eu não sei o que me aguarda
No restante da caminhada
Não sei o que me espera
Nessa dor que me exaspera.

Eu vou até além do fim
Mesmo sem dizer não ou sim
Se por impulso ou vontade
Em busca de felicidade.

Levado por sonhos e anseios
Nos princípios que creio
Eu vou sem rodeios
Como um amor sem freio.

Além do fim eu irei
Por teu amor, eu sei.
Não terá nada que me pare
Até que a morte nos separe.

E assim serei um refém
Do sentimento que me mantém
E vivo sempre estarei
No seu coração, meu bem.






Aspas do Autor: Como foi sugerido um tema assim, posto aqui mais um poeminha romântico para aquecer os corações. Até porque amor nunca é um tema desgastante. Ao contrário, é reconfortante. É o que torna a nossa vida mais linda. Meu afeto à todos. Até o próximo sábado.

Bang-Big

15 de maio de 2010




Ninguém sabe quando, nem onde, nem como; apenas aconteceu. E simplesmente houve um minuto, uma hora, um dia em que tudo se transformou; e do clarão houve a mudança. E na sequência fragmentos se uniram e inteiros se fragmentaram, o sol escureceu e a noite clareou. Na ocasião mundos deixaram de existir, outros começaram a surgir, e em meio à essa onda misteriosa, as perguntas sem respostas agora tinham respostas, e as perguntas que tinham, ninguém sabia mais responder.

Na leve, mas intensa tempestade, tudo que era tudo se desfez, e nada se fez mais que tudo, e assim abismos sem fim começaram a ter fim, e poços ficaram sem fundos; o fim do túnel nunca mais teria luz, a esperança seria a primeira a padecer. Na explosão dos acontecimentos, fagulhas uniam laços separados, raios separavam destinos entrelaçados, chuvas esquentavam o que estava gélido. Numa tentação incompreensível, maremotos sumiram, terremotos se extinguiram, a realidade começou a virar imaginação, a imaginação começou a tomar forma.

Esse tempo de tormenta inexplicável recaiu sobre os céus, sobre os mares; o céu se refletiu no mar, e o mar se fez presente no céu; o horizonte se rachou; montanhas viraram pós; estrelas deixaram de brilhar; os sonhos deixaram de existir. Na cálida energia que se envolveu, maioria padeceu, renasceu o que morreu, existiu o inexistente, deixou de ser o que já era, e o que não era começou a ser. As cores não coloriam, o escuro parecia cor, o branco apenas uma dor. Na aurora mutante, a morte começou a ser vida, o inaudível a ser percebido, o invisível a ser visível. A profusão foi-se em magnificência, poesias se tornaram espinhos, gritos e lamentos, alegrias, verso em anverso, inverso em adverso, paradoxo em paradigma.

Num intenso e ligeiro movimento, sons emudeceram, silêncios gritaram, olhares cegaram e corações em pedra ficaram. Sensações se harmonizaram e escaparam; contradições se tornaram afirmações. Em súbito, criação virou projeto, rascunho se tornou real, o imenso amor virou irreal. Os mundos deixaram de ser, o nada retornou a reinar e, numa mão, apenas uma mão o destino de todos estava a pairar. O fim se tornou início, e logo o início seria fim. Finito em infinito; estar e não estar; viver sem padecer; começar sem ter começado a amar...

Bang-Big. O universo deixara de existir. O ciclo voltou ao zero.

Do início ao fim, do fim ao início, apenas uma coisa permaneceu:
O Amor de Deus.






Aspas do Autor: Ando um pouco sem tempo, e por isso estou publicando um conto que escrevi há um bom tempo, mas viveu engavetado. Fica claro que eu escrevê-lo, inspirei-me no Big-Bang. E fiz uma história meio que inversa. Bem, saiu diferente do que costumo escrever. Espero que gostem. E quem não leu o texto anterior, eu recomendo. Fica aqui o meu afeto. Até mais.

O sustento da alma

8 de maio de 2010



Somos como um barco em pleno mar,
navegamos de forma liberta
mas sempre teremos um porto seguro
para nos amparar.



Do escuro para a luz, acostumamos lentamente. Os nossos olhinhos mal abrem. Quando nascemos mal sabemos andar. Precisamos de colo. Não suportamos nosso próprio peso. Cada minuto é uma descoberta transcendental. E nosso corpo frágil de bebê vai sendo suprido pelos nutrientes do leite materno. Os dias seguem, vamos fortalecendo, e lentamente, como uma flor desabrochando, seguimos no aprendizado bonito do crescimento, da luta frenética em equilibrarmos nossa debilidade nesse novo mundo. Nascemos frágeis. Demais! Mas com o tempo criamos a força necessária para sustentarmos a nós mesmos.

Com a alma não difere muito. A alma ganha sustento do mesma forma como o nosso corpo. Diante da longa jornada em viver, a cada dia criamos elos que vão fortalecendo nossas bases. Começamos vazios. Ocos de experiência e vivência. Corpo frágil, alma débil. É evidente que lá dentro de nós precisamos de colo também. No início de nossas vidas esse colo se dá por amor. Amor de pais, amor humano. Porque quando plantamos uma semente, precisamos regá-la para que a planta cresça. A nossa “planta” interior é regada com amor. E isso nos faz crescer e ampliar o aprendizado da alma.

O amadurecimento da alma se dá quase junto com a do corpo. Praticamente crescem e evoluem uniformemente. Aos poucos vamos estabelecendo um contato maior com as nossas capacidades e vamos tomando as rédeas. Nesse momento vamos tomando ciência do que necessitamos, queremos e desejamos. E entramos em sintonia com a aspiração da nossa alma. E então passamos a caçar os tesouros que tanto necessitamos. Principalmente para amadurecermos e sermos preenchidos com a experiência tão necessária. E encontramos nos momentos, nas vivências e nas pessoas o elo necessário para a nossa alma se unir à essência precisa da vida e, assim outorgarmos um alicerce à alma.

Viver é a principal base da alma. É a isso que devemos nos prender. Porque viver é o que impulsiona os demais sustentos, da mesma forma que de um caule surgem galhos, e dos galhos, as folhas. Do mesmo modo que as correntes de vento sustentam e guiam os pássaros. São as vivências que dão pernas ao tronco da alma. Viver possibilita encontrarmos terra firme. O que vivemos é primordial para sustentarmos a nós mesmos. Quem não vive não sai do chão, nem mesmo aprende a andar. Quem não busca encontrar motivos para sorrir ou completar a alma nem mesmo sabe o que é correr. Até cair faz parte da lição. É o que nos coloca à realidade, porque até dores podem se tornar sustentáculos, e reais aprendizados para o nosso futuro. Porque o que colecionamos com o tempo é o que nos define.

E abandonarmos o que nos completa é impensável. Viver sem Deus? Absolutamente. Sem amigos? Nunca. Não dá simplesmente para desapegarmos do que dá cor ao nosso quadro nem do que nos dá colo. Simplesmente não conseguimos nos desprender daquele sorriso especial que ganhamos, nem mesmo de um abraço que lembramos, nem uma melodia ecoando docemente nos nossos ouvidos. É impossível faltarmos àquele piquenique com amigos, ou deixar de amar a família, e principalmente esquecer aquele amor que vive dentro de nós. O que nos faz feliz é o que nos prende, é o que nos dá tom, é o que nos suporta, é o que nos faz evoluir, crescer e amadurecer. Vivências acrescem na caminhada. E é o caminho que escolhemos que delineia o nosso perfil, a nossa plenitude como humano.

Não podemos levantar âncora e partir para longe do que torna o que somos e o que nos constrói a cada segundo em que vivemos. Viver é o que nos sustenta, e como qualquer navio que viaja, sempre há um porto seguro no qual amparamos nossas forças, e reabastecemos nosso afeto. Viver é o sustento da alma. E é assim que sempre nos manteremos em pé, com altivez e vivacidade sobre uma base sólida e rígida, até o fim de nossas vidas. Sempre!






Aspas do Autor: Quando nos prendemos em algo que vai além de qualquer descrição, que apenas pode ser sentido, é que percebemos como a alma cresce quando se existem bases que sustentam a vida. Não vamos nos desapegar do que nos faz bem.  A alma necessita de que nos ancoremos no que nos faz melhores, mais plenos e alegres. Isso só enriquece o nosso amadurecimento. Por isso dificelmente deixarei de escrever no blog. Eu me prendi à escrita e ao blog totalmente. Isso tudo me traz ínúmeras lições e só contribui no meu crescimento como pessoa. Que seja assim. Fica aqui o meu afeto à todos. Até logo.

Eu não me conheço

1 de maio de 2010




Sim! Isso não é um ensaio. Não é um roteiro. É apenas uma tentativa de extrair de mim palavras coerentes, que decifram um pouco dessa estranheza que me persegue. Não posso dizer o que é. Não sei! Não me conheço totalmente. Quem diria outra pessoa. Sim! Hoje é dia de falar de mim! Reconheço que o propósito das palavras há muito se alterou, mas na essência jamais mudou. Há pouco mais de quatro anos, eu decidi me aventurar nesse mundo (para falar de mim). Se eu fosse um mochileiro, diria que isso iria ser a maior aventura na minha vida. Se eu fosse um professor, eu poderia dizer que isso seria o meu maior ensinamento. Talvez seja mais. Mais do que tudo o que posso compreender (e é). Sim! Estou mais para aluno. Porque escrever é a parte da lição que mais me tranquiliza. É como sentir o coração suspirar e libertar um pouco do ar preso que causa aperto lá no fundo.

Talvez eu esteja mais para um gladiador. São nas palavras que encontro a minha maior vitória. Porém, também, a própria derrota. Porque não há certeza que eu possa duvidar, nem dúvida que eu possa confirmar. Sim! Estou numa arena todo dia, enfrentando os leões de dentro de mim. É um desafio recorrente. No fundo meu coração deseja pão e circo; aventura e sofrimento. Um lado até se comove e me entende, outro ri de mim, sem se importar realmente pelo que estou passando, sem mesmo saber dos limites aos quais estou imposto. Às vezes sou um vencedor, outras um perdedor. Não há empate na arena do meu coração. Sim! Neste momento teimo em procurar razões para me entender. Mas deixei as piores razões há mais de três anos, junto com a aparente solidão.

Posso ser um maratonista. Todo dia preciso correr uma maratona para fugir de certas coisas que me fazem mal. Fugi de muitas já. Mas nem isso parece impedir que apareçam outras aflições. Sim! A vida é um ciclo. Saio do fogo para a panela. Talvez extrair-me totalmente da vida seja idiotice mesmo (e é). Não dá pra fugir, mas ao menos nos distanciamos de muitos obstáculos ao longo do caminho. Hoje aprendi muito com esses desvios e sou melhor. Meu pé não está tão calejado, porque sou novo, mas comparado a quatro ou cinco anos, está mais resistente, mais forte. Sim! Quem sabe sou um semeador. É isso! Não com tanta destreza e maestria, mas semeio um pouco. A escrita me ensinou isso. Jogar no chão a semente da doçura e sensibilidade. Porque aprendi a compartilhar um pouco do bonito que eu acredito que esteja na vida. Quem me lê, entende o sentimento que ponho nas mensagens. Isso me ajuda também. Deixa-me feliz.

Sim! Já fui mais solitário. Hoje nem tanto. E devo às palavras. Propagar um pouco do que penso e compartilhar minhas sensações, angústias e dores me fizeram acordar mais. Sim, já fui cego. E as palavras abriram meus olhos (devo confessar que muitos amigos aqui também). É engraçado como aqui a troca é interessante. Sim, já fui surdo também. Mas hoje consigo escutar melhor os sinais que me acompanham. Embora ainda não tenha escutado o necessário, já ouvi o suficiente para perceber que sempre posso estar errado e, sequer perceber. Posso estar certo, mas duramente duvidar. Aprendi que quanto mais escutamos, mais iremos necessitar de escutar com mais tento.

Sim! A emoção me comove. O mistério me instiga. Pareço um detetive. Sim! Vivo à espreita de desvendar os enigmas que rodeiam o meu universo. Busco respostas. Busco valores. Busco melhorar. Busco formas de solucionar problemas. Entretanto, nem tudo é solucionável. Sim! Sou um sonhador. É isso que me alimenta. Sonhar se torna o combustível que impulsiona os meus passos. Sonhar me faz construir um belo caminho e projetar o meu futuro. Não me iludo, mas tenho fé e esperança. Acreditar me faz forte.

Não! Não sei o que passa. Nem mesmo me conheço direito. Sou tanto, mas sou nada. A luta que travo comigo mesmo só demonstra que ainda tenho muitas fraquezas. E que sou falho demais. Às vezes caio nocauteado no ringue. Como um bom lutador, aprendi a cair na lona, a jogar a toalha. Não é vergonha reconhecer os limites. É preciso coragem para aceitar dar um passo atrás, para aprender a dar dois passos à frente. Não! Não me conheço totalmente. E sim, o objetivo será sempre desbravar mais meu coração e me conhecer melhor. Quero alcançar um limiar onde eu possa enfileirar minhas características e me avaliar. É no limite que posso encontrar alternativas para eu melhorar. Porque posso não me conhecer, mas sei o suficiente para saber que posso me afogar algumas vezes nos meus defeitos. Só não posso levar outras pessoas juntas. Esse é o maior desafio.

Peço ajuda. Não posso faltar à aula.






Aspas do Autor: Eu sou alguém que se autoavalia todo dia. E cada situação é capaz de me fazer ficar horas refletindo, por mais que o vivido pareça uma coisa de nada. Eu não evito erros, porque são inevitáveis, mas utilizo-os como elementos do meu ensinamento. Tudo para que eu possa melhorar como ser humano. Ainda que eu morra um dia, faltará o que aprender. Mas não me preocupo em aprender tudo, mas viver tudo dentro e da forma que aprendo todo dia sobre eu mesmo. Fica aqui o meu carinho à todos. Até mais.