Um beijo interior

21 de fevereiro de 2009




Esse é pra ti
De alma pra alma
De olhar pra olhar
Com doçura e calma

É meu beijo
Aquele sem tocar
Em mil linguagens
Sinônimos de amar

Um sopro de doçura
No ar, afeto e sentir
No coração, amor
Na alma, esplendor.

É meu beijo
Que ninguém pode ver
Aquele mais doce,
Que no teu coração vai viver.

-

a ti, que amo muito.





Aspas do Autor: Não tenho muito o que falar deste poema. Apenas que escrevi para uma mulher que amo muito. No mais, deixo apenas o silêncio do meu coração...

Sussurros da natureza

7 de fevereiro de 2009




Era fantástico. Não me lembrava da última vez que me senti tão bem. Aquela sensação, e aquele doce fulgor transcorrendo por dentro de mim ritmavam uma sinfonia de paz, de aconchego e alegria. Sentia-me abraçado pelo vento suave que voava pelo ambiente, e acarinhado pelo farfalhar da folhagem das árvores.

A minha presença no sítio do meu pai levava-me a contemplar um ambiente excessivamente distinto do que vivia na cidade. Ali sentado na margem do rio, e com os pés afundados na água sentia mais vida e harmonia. A poesia pulsante naquele paraíso deleitava minha alma. Era como se uma canção de Vinícius embalasse as batidas do meu coração. Era mágico, terno e transcendental a natureza, e todo o meio ambiente se comunicando e sussurrando sentimentos.

Naquele momento de paz, pouco antes do entardecer uma revoada de pássaros destoava no céu azul-avermelhado. Em outro lugar via beija-flores pousando nas flores do imenso jardim do sítio. Num canto mais distante do rio podia se notar peixes pulando. Numa palmeira ali perto de mim um sabiá entoava lindas canções. Tudo me fascinava completamente. Eu poderia tranquilamente ficar ali, contemplando e ouvindo as vozes da criação divina.

Aquele ambiente me cercando ressaltava coisas boas, entre sensações, instantes e momentos, que sentia falta na cidade. Era como que ali existissem coisas raras no tempo de hoje, como sentimentos verdadeiros, como o amor, a bondade, sinceridade e honestidade. No ambiente reside tudo que hoje está tão fora de moda, tudo que a sociedade em sua maioria banaliza e não dá valor.

Mas contemplar tudo isso, me faz refletir. E meus pensamentos recaem sobre as ações do homem na atualidade, e o quanto ao longo de milhares de anos, em busca do desenvolvimento, ele foi degradando o meio em que vive, e a si próprio.  O que há hoje são indústrias poluindo o ar ou os rios; o desmatamento irregular e tão intenso na Amazônia; ou as próprias queimadas tão freqüentes no período seco; entre tantas outras que ferem o ambiente e que prejudicam os seres vivos que nele residem.

No sítio presencio um caso isolado, mas que observando bem, sinto um pouco de choro no canto do rouxinol, uma ponta de tristeza no vôo dos pássaros, e uma dor ecoando ao longo do horizonte, em tudo que me cerca. A natureza definitivamente sussurra e expressa da sua maneira o quanto a deterioração do meio ambiente lhe causa agonia e dor. Na sua maneira ainda respira um pouco de esperança.

Às vezes penso e me pergunto quando o homem vai perceber o quão é necessário cuidar e preservar bem do ambiente que o cerca, porque é nele em que se vive; é preciso saber se desenvolver com responsabilidade social e ambiental. A realidade hoje é dura demais. De um lado a natureza sussurra sua dor; de outro, o ser humano vive fingindo ser feliz e que está tudo bem, sem notar a verdadeira expressão de angústia estampada no ar.

Ante as minhas reflexões o pôr do sol se fez lindamente horizonte, e sumindo no seu espetáculo deu lugar à noite e as estrelas. Percorri meus olhos a tudo que ali me cercava, e ao mesmo tempo me senti confortado. A noite também tinha sua magia, pena que pouco apreciada. Sorri e fui me preparando pra entrar em casa. Parei e pensei novamente em tudo que refleti. Existem momentos que me custa ter esperança em acreditar que tudo vai melhorar, que o ser humano vai compreender e começar a cuidar, dar mais importância ao mundo e o que nele reside.

- Pai, a mamãe está chamando pra jantar.
- Meu amorzinho. Papai está indo.

Ao ouvir a voz da minha menininha saí do meu contato com aquele outro mundo. Sorri e fui de encontro a ela, pegando-a pelo braço. Hoje com cinco aninhos, era o meu tesouro, a jóia que eu tanto estimava e amava.

- Filha, que história você quer ouvir hoje antes de dormir?

Ela brilhou seus olhinhos azulados, pensou e então disse:
- Ah pai, hoje não precisa não. Quando durmo aqui no sítio, o barulho aqui de fora me faz dormir. Amo a natureza. Me sinto bem.

Eu a ouvir aquilo, me encantei. Beijei minha lindinha, emocionado com a sinceridade e inocência nas palavras. Sorri de imediato, veemente tocado pelo que pude ouvir. Olhei pra trás, avistei as estrelas, escutei aquele sussurro da vida pedindo ajuda, e pensei: “Ainda há esperança”.





Aspas do Autor: Meus amigos, antes de mais nada quero dizer que as minhas féris foram boas e bastante úteis pra renovar a minha alma. Deu pra descansar e espairecer. Fui rever parentes e amigos em Brasília e ainda dei uma passadinha em Araguari/MG, a terrinha da minha mãe, onde fui matar saudade de outros parentes maravilhosos. Foi adorável iniciar este ano. Também preciso deixar dito aqui, que durante os próximos 6 meses estarei muito envolvido no último semestre da faculdade, e só aparecerei por aqui no blog a cada duas semanas, ou mais. Espero que compreendam se a minha presença estiver regrada pelos blogs, mas preciso focar umas coisas importantes pra mim agora. Mas só durante esse período. Depois volto com mais frequencia, porque adoro meu blog e todos por aqui. Abrindo meu ciclo de pensamentos do ano, publico este conto maravilhoso, para que possamos refletir um pouco. E esperem que nesse ano vamos refletir muito juntos.
Fica aqui meu carinho enorme. Abraços a todos.